Este ano, no dia 7 de setembro, completamos 201 anos de Independência do Brasil, feriado nacional consagrado a comemorar a libertação do colonialismo do império português. Como faço há bom tempo, aproveito o feriado para homenagear José Bonifácio de Andrada e Silva, uma figura expressiva da nossa História.
Para muitos historiadores ou estudiosos do evento, o 7 de setembro brasileiro é o resultado de um processo revolucionário que se iniciou já na primeira geração de brasileiros e veio se manifestando ao longo de mais de 300 anos nas revoltas ou lutas que aconteceram até o 7 de setembro, registrando-se, entre elas, o Quilombo dos Palmares, a Revolta de Vila Rica, a Inconfidência Mineira, a Revolta dos Alfaiates, a Revolução Pernambucana e etc.
É possível, com alguma simpatia às causas revolucionárias, entender estes fatos históricos como “fatos revolucionários”. Mas, sendo ou não parte de um processo revolucionário, não se pode ignorar o papel de uma figura que liderou que, na época, reconhecidamente, teve um dos mais importantes papéis na independência. Trata-se de José Bonifácio de Andrade e Silva.
Pende uma certa polêmica sobre a vida do “Patriarca da Independência”, como é cognominado nosso herói, José Bonifácio. Aliás, como pende, em regra, na vida de todo político e líder.
Nascido aos 13 de junho de 1763 na cidade de Santos em família aristocrática, segundo relatos do historiador Tito Lívio Ferreira, que estudou a fundo a vida e história deste brasileiro, Bonifácio fez o curso de humanidades com o bispo D. Manoel da Ressurreição e, ainda na adolescência seguiu para as margens do Mondego, em Portugal, onde se matriculou na Universidade de Coimbra, àquela época a sementeira de iluministas católicos portugueses.
Estudou Direito e Mineralogia. Monarquista convicto por toda sua vida aderiu à “Ordem Azul”, que era monarquista constitucionalista e dela fez parte, porque a “Ordem Vermelha” era republicana constitucionalista.
Permaneceu em Portugal e outros países europeus por mais ou menos quarenta anos, atuando como professor da Universidade de Coimbra e há notícias oficiais de que em 1808 chegou a comandar o batalhão acadêmico na luta contra os franceses.
Logo depois, exerceu o cargo de Chefe de Polícia da cidade de Porto, reprimiu com pulso de ferro as atividades políticas dos chamados anarquistas ou carbonários, que na verdade era um movimento republicano português de então.
Aposentou-se como catedrático de Mineralogia da Universidade de Coimbra e retonou a Santos, envolvendo-se, então com a política brasileira e aqui participou também da “Ordem Azul”. Nela, centrada em São Paulo, Bonifácio firmou e alicerçou seu trabalho político, até porque como também era seu pensamento, na província bandeirante defendia-se a unidade da Monarquia Portuguesa, então formada pelos Reinos Unidos do Brasil, Portugal e Algarves, enquanto a “Ordem Vermelha” queria estabelecer a República em cada província do Reino do Brasil, como fizera Bolívar na América espanhola.
Foi Vice-presidente da Província de São Paulo, em 1.821 e os acontecimentos políticos de então projetaram o santista luso-brasileiro para o cenário político nacional, levando-o a pressentir a necessidade e o porquê de um futuro independente para o Brasil, transformando-o no condestável da Independência em 1822.
Se você, meu caro leitor, quer saber mais sobre a vida e os acontecimentos que projetaram este ilustre brasileiro, José Bonifácio, fique atento ao próximo texto que será publicado brevemente.
Você vai gostar de saber que José Bonifácio mereceu ser Herói Nacional e cognominado “O Patriarca da Independência”, que considerava que deveriam ser diferentes daqueles percorridos especialmente pelos inconfidentes mineiros, os caminhos a serem percorridos para a libertação do Brasil do domínio português.