O violonista Cainã Cavalcante lança disco instrumental com músicas do inesquecível Garoto, um dos mais celebrados compositores de sua época. Foi contemporâneo – com talento e sucesso equivalentes – de Noel Rosa, Pixinguinha, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Jacob do Bandolim. Suas composições, como “Gente Humilde”, “Lamentos do Morro”, “Duas Contas”, encantam geração após geração. Sete décadas depois de sua morte aos 39 anos, o compositor paulistano é estudado, reverenciado, e tem seus tesouros musicais gravados por notáveis como Baden Powell, Bola Sete, Guinga, João Gilberto, Yamandu Costa.
Agora é Cainã a prestar a homenagem que o violonista considera “a realização de um sonho, tamanha é a enormidade em suas harmonias, inteligência nas composições e fluência na execução”.
“Sinal dos Tempos – Cainã Toca Garoto” terá Guto Wirtti no contrabaixo acústico e o mestre Paulinho Braga na bateria. O repertório foi pinçado em busca de um equilíbrio entre obras mais conhecidas como “Gente Humilde”, “Duas Contas”, “Jorge do Fusa”, “Lamento do Morro”, àquelas menos ouvidas, por exemplo, “Voltarei” e “Esperança”.
As músicas são interpretadas de maneira alegre, apesar da necessária profundidade, com a fluência espontânea que o “gênio das cordas” imprimiu às suas composições.
No disco, Cainã não se rendeu a arranjos com invencionices pseudo modernosas, ao preferir desfrutar sua criatividade, atendo-se à beleza de um olhar espontâneo e certeiro sobre o trabalho da “figura mitológica” de Garoto.
Novas propostas são apresentadas: conduções rítmicas sutis, e diferentes variações de divisão dos fraseados melódicos tornam-se improvisos que não desconstroem os originais, ao demonstrar total compreensão da essência do iluminado artista.
Garoto absorveu influências jazzísticas em passagem pelos Estados Unidos, ao lado de Carmen Miranda e do Bando da Lua; e também dos impressionistas franceses, sem jamais perder sua majestosa brasilidade.
Cainã Cavalcante fez questão de imprimir sua personalidade, sem se deixar influenciar pelas gravações dos famosos que prestaram tributo ao grande mestre. Teve a sabedoria e a maturidade de soar original sem virtuosismos gratuitos, evitando armadilhas, clichês e obviedades.
Do Olimpo onde descansa o maior compositor da história do violão popular brasileiro, Garoto vê nascer, já com feitio de clássico, um disco à altura de sua genialidade.
“Sinal dos Tempos – Cainã Toca Garoto” é um lançamento da gravadora Atração, e já está disponível em formato digital em todas as plataformas.
“SINAL DOS TEMPOS – CAINÃ TOCA GAROTO”
REPERTÓRIO
1 – Desvairada (Garoto)
2 – Jorge do fusa (Garoto)
3 – Sinal dos tempos (Garoto)
4 – Esperanza (Garoto)
5 – Gente humilde (Garoto/ Vinicius de Moraes/ Chico Buarque de Hollanda)
6 – Lamentos do morro (Garoto)
7 – Gracioso (Garoto)
8 – Nosso choro (Garoto)
9 – Nosso choro (Garoto)
10 – Voltarei (Garoto)
* Todas as faixas foram gravadas em trio por Cainã Cavalcante (violão), Guto Wirtti (contrabaixo acústico) e Paulinho Braga (bateria), com exceção de “Gente humilde”, interpretada apenas por Cainã solo.
FICHA TÉCNICA
Disco: “Sinal dos tempos – Cainã toca Garoto”
Artista: Cainã Cavalcante
Produzido por Cainã Cavalcante e Guto Wirtti
Produção executiva: Wilson Souto Jr. (Atração)
Gravado por Guido Pera, no estúdio VISOM DIGITAL – RJ, nos dias 01, 02 e 03 de março de 2021
Mixado no BRC estúdios – SP, por Luis Paulo Serafim
Masterizado por Gian Correa
Assistente de produção: Carla Braga
Logística: Marcelo Cabanas
Fotos: Tainá Cavalcante
Arte final: Rhudá Cavalcante (Cajueiro Comunicação)
Realização: Gravadora Atração.
Arranjos: Cainã Cavalcante.
Músicos: Cainã Cavalcante (violão), Paulo Braga (bateria) e Guto Wirtti (contrabaixo acústico)
Redes sociais: @cainacavalcante
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DISCOGRAFIA DE CAINÃ CAVALCANTE
“Morador do mato” (2002)
“Samburá” (2005)
“Parceria – Cainã Cavalcante e Zé Paulo Becker” (2015)
“Corrente” (2018)
“Nessa praia – Adelson Viana e Cainã Cavalcante” (2019)
“Sinal dos tempos – Cainã toca Garoto” (2021)
SOBRE O ARTISTA
Com um pouco mais de 20 anos de carreira, Cainã nutre parcerias nos palcos e em gravações com grandes nomes da música do mundo. Logo no início de sua caminhada, no ano 2000, aos 10 anos de idade, Cainã Cavalcante foi o vencedor do concurso de violão erudito “Musicallis”, realizado em São Paulo.
Destaque também para a parceria e o contato com seu padrinho de batismo Patativa do Assaré, lhe rendeu o poema “Ao meu afilhado Cainã”, registrado em seu primeiro disco “Morador do Mato” (2002), na regravação instrumental da canção “Vaca Estrela e Boi Fubá”, de autoria do poeta cearense.
Durante esse mesmo período, o encontro e início da amizade de Cainã com Yamandu Costa, que logo tratou de convidar o menino cearense para participar de seus shows em Fortaleza. É possível ver o registro dessa época na faixa “Sons de Carrilhões” (João Pernambuco), no disco de estreia de Cainã.
Em 2005, é lançado “Samburá”, segundo disco da carreira do violonista, que tem no repertório regravações de clássicos como “A Marcha dos Marinheiros” (Américo Jacomino), “Trem de Ferro” (Lauro Maia), além da primeira composição gravada de Cainã, “Mariah”.
No mesmo ano, o cearense viaja à França, para participar do 19º Festival Internacional de Musique Universitaire de Ville, em Belfort. Na mesma viagem, ao retornar a Paris para concertos solo, Cainã encontra Ronaldo do Bandolim (integrante do Época de Ouro e Trio Madeira Brasil), sendo convidado para realizar concertos junto do bandolinista carioca na capital francesa.
De volta ao Brasil, a fluência do menino que já chamava a atenção de grandes nomes da música cearense e produtores culturais, desencadeou em vários convites para estar nos palcos e estúdios com Belchior, Fagner (produtor e diretor artístico do segundo álbum de Cainã), Amelinha, Manassés de Sousa, Adelson Viana, Rodger Rogério, Teti e tantos outros ilustres cearenses.
Após o segundo disco, já atuando com os músicos veteranos, aos 15 anos Cainã se destaca e começa a acompanhar e a participar de shows de artistas nacionais e internacionais no Ceará, dentre eles: Leny Andrade, Leila Pinheiro, Simone Guimarães, Leandro Braga, Vander Lee, Dominguinhos, Paulinho Pedra Azul, Chico César, Renato Borghetti, Danilo Caymmi, Omar Puente (Cuba), María Toro (Espanha), até Plácido Domingos, com o honroso convite para participar do concerto do tenor espanhol na inauguração do Centro de Eventos do Ceará, em 2012.
Para além, das colaborações com outros artistas e ainda morando em Fortaleza, Cainã participou por diversas vezes com concertos e ministrando oficinas nos principais festivais de música do estado, como o consolidado Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga, o Festival Férias no Ceará e o Festival de Música da Ibiapaba, marcando o seu encontro com o violonista carioca Zé Paulo Becker, que na sequência convidou Cainã para um série de concertos na cidade do Rio Janeiro.
Com total afinidade entre os dois violões e receptividade do público, nasce o disco “Parceria”, composto por composições autorais dos violonistas, promovendo um encontro de gerações e estilos violonísticos. Com as idas ao Rio ficando mais frequentes, Cainã toca em alguns dos principais festivais, salas de concerto e espaços culturais da capital fluminense. Podemos citar o Copa Fest, realizado no Copacabana Palace, o Festival Choro na Gamboa, Concerto na Sala Baden Powell, além dos inesquecíveis concertos no saudoso Bar Semente, duo com Zé Paulo Becker, duo com Michael Pipoquinha e duo com Arismar do Espírito Santo.
Os movimentos de expansão de carreira se deram com concertos pelo Brasil, América Latina, com destaque para a turnê na Argentina, com o disco “Parceria”, e idas frequentes à Europa (Alemanha, Áustria, Holanda, França, Letônia e Suécia). Atualmente, Cainã mora em São Paulo, tendo firmado parcerias com nomes como Hamilton de Holanda, Ney Matogrosso, Fabiana Cozza, Mestrinho, Elba Ramalho, Maria Gadú, Gian Corrêa, Rogério Caetano, Dani Black, entre outros.