Quando no final de 2019 começamos a ouvir falar sobre o novo coronavírus na China, não poderíamos imaginar que três meses depois, o número de infectados no mundo aumentaria e que a pandemia chegaria em nosso país. Criamos novos hábitos, adaptamos nossas atividades e, mesmo assim, muitas vidas foram perdidas. Porém, com um rápido diagnóstico e o início do tratamento, é possível vencer esse vírus. O Litoral em Pauta conversou com moradores de Caraguatatuba que venceram a doença.
O primeiro sintoma que a manicure e educadora nail designer Daniele Ferraz, 28 anos, sentiu, foi uma grande dor de cabeça. “Era uma quinta-feira e eu estava trabalhando normalmente. Foi quando senti um apagão e uma dor de cabeça muito forte. Como eu tenho histórico de convulsões, fiquei achando que era da epilepsia. Fui para o UPA (Unidade de Pronto Atendimento) com o meu marido e no outro dia fomos diagnosticados com o Covid-19”, relatou a jovem que é casada com o técnico de piscina Vinicius Ferraz, de 31 anos.
Vinicius teve maiores complicações e ficou internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Os dois são pais da Alice, de 5 anos, e relataram a dificuldade de ficarem isolados da filha. “Doeu muito esse distanciamento, ficar longe da Alice, sem poder ver, tocar e cuidar. Saber como ela estava sem ter o contato físico e visual”. Enquanto o casal ficou em distanciamento por conta do tratamento, a filha ficou com a avó.
“Achamos que isso é algo que não irá acontecer conosco”, relata Daniele que hoje, aprendeu a valorizar cada momento da sua vida como se fosse o último”. É preciso se cuidar, não sabemos quem carrega o vírus. Parece que acabou, mas não acabou. Eu achava que teria uma reação maior por conta dos meus problemas crônicos. Meu marido super saudável, não tem diabete, pressão alta e foi parar numa cama de UTI. Não sabemos quem vai ter grandes sintomas”, conta.
Outro casal afetado com a Covid-19 na cidade, foi a analista de gestão Diná Santos, 59 anos, e o policial da reserva, Antônio Serrano Rodrigues, 70 anos. Depois de diagnosticados, ambos ficaram dentro de casa, cuidando um do outro e tomando sol no quintal. “Somos pessoas privilegiadas, temos uma boa alimentação, estamos sempre no médico, fazemos prevenções. Acho que por isso não foi tão forte. Se fossemos um pouquinho mais fracos, teríamos ficado internados”, relata Diná.
Para a população, a analista de gestão deixa o recado. “As pessoas tem que se cuidar, se precaver. Tem que fazer a higienização das mãos o tempo todo, se não pode lavar as mãos, usar álcool gel e máscara o tempo todo. Se sentir algum sintoma, vá logo ao médico. Às vezes a gente tem medo. Eu fiquei com medo do diagnóstico, de saber que estava com a doença. Sabemos que quem tem, vai passar para alguém se chegar perto. Me mantive o mais longe possível e ainda hoje, fico preocupada em passar isso para mais alguém”.
A ex-presidente da Fundacc (Fundação Cultural e Educacional de Caraguatatuba), Eloisa Antunes também foi diagnosticada com a doença, mas não teve muitas complicações. Com dor de cabeça e tosse, ela procurou atendimento e depois de testar positivo para a Covid-19, seguiu o protocolo tomando a medicação e ficando em casa. “Tive a doença de uma forma moderada, mais leve”, confirma.
Desde o último dia 2 de dezembro, o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB) colocou todo o estado na fase amarela do Plano de Flexibilização Econômica. O estado registra mais de 42.095 mortes por Covid-19 e 1,24 milhão de casos confirmados da doença desde o início da pandemia.
A fase amarela no plano de flexibilização é mais restritiva que a verde e limita mais os horários de funcionamento do comércio e serviços, por exemplo. O decreto segue valendo até 4 de janeiro de 2021.
É preciso se cuidar, não sabemos quem carrega o vírus. Parece que acabou, mas não acabou. Eu achava que eu teria uma reação maior por conta dos meus problemas crônicos. Meu marido super saudável, não tem diabete, pressão alta e foi parar numa cama de UTI. Não sabemos quem vai ter grandes sintomas
Daniele Ferraz
Nail Designer