Por Felipe Riela e Bruna Briti
A região do Porto Novo, em Caraguatatuba, está prestes a ganhar um grande empreendimento. As obras de engenharia do “novo Porto” estão previstas para começarem neste segundo semestre do ano, e prometem transformar o entorno do Rio Juqueriquerê, em uma nova planta comercial, contando com estrutura de apoio ao novo porto, além de intervenções urbanísticas e construções.
A Secretaria de Obras Públicas de Caraguá, informa que o enrocamento do Rio Juqueriquerê passa ainda por processos de estudo e levantamento. Entre Marina e garagens náuticas, há cerca de 30 marinas e outros estabelecimentos operando no Rio que tem aproximadamente 1,3 km ao sul e 1,2 km para o mar. A estrutura que será alcançada com esses investimentos é praticamente a de um novo porto para atendimento de cabotagem e escala de cruzeiro, mas exigirá protocolos ambientais, mão de obra especializada e equipamentos específicos e diferenciados.
Estudos de navegabilidade do Rio – A previsão inicial dos estudos conduzidos pelas Secretaria de Meio Ambiente e de Obras da Prefeitura é a de que o calado do Rio Juqueriquerê, que hoje é navegável com oscilações entre 2,5 metros no ponto mais raso e 6 metros no ponto mais fundo, alcancem no seu ponto de entrada da barra, até um determinado ponto no canal, algo em torno de 15 metros de profundidade. Ao menos 6 metros existentes serão desassoreados, e outros 9 metros deverão ser alcançados.
Todo projeto de engenharia de canal, operação, controle ambiental e gestão está sendo feito pela Prefeitura que pretende trabalhar com equipamentos de baixa emissão de CO2 e interferência mínima nas comunidades vizinhas causando o menor impacto possível. Ainda não está definida a modelagem técnica, econômica e jurídica dessa relação de contratação dos serviços para o estabelecimento de parcerias. Esses estudos estão sendo feitos por equipes da Prefeitura.
E os bairros próximos também serão beneficiados com a valorização imobiliária. A cidade vai crescer com este novo marco no setor náutico e de apoio marítimo portuário, aliado ao turismo que agrega valores aos negócios planejados.
Segundo o advogado Rodrigo Guimarães, proprietário de uma lancha e que utiliza os serviços de uma marina localizada as margens do Juqueriquerê: “A obra na boca da barra é de grande relevância por vários aspectos. O primeiro em relação a segurança dos usuários e ribeirinhos evitando acidentes e outros percalços que a limitação da maré atual ocasiona. Em segundo lugar o aspecto econômico barateando a prestação de serviços das marinas, permitindo o ingresso de novas embarcações, gerando empregos, acrescendo serviços e restaurantes, por exemplo, visto que as marinas grandes poderão proporcionar mais conforto e lazer. Existem várias pessoas que deixam suas embarcações em Ilhabela e São Sebastião exclusiva–mente pelas limitações atuais de navegação na boca da barra. A implantação dessa obra fará com que os mesmos tragam as embarcações para as marinas locais. Outro aspecto é a questão ambiental, proporcionando as margens do rio, preservando a mata ciliar e outros problemas que o assoreamento causa. Há também a diminuição de enchentes. Em suma, essa obra só trará benefícios à todos, quer os usuários, quer os ribeirinhos e à população de Caraguá em geral”, finalizou.