Representantes das secretarias municipais da Prefeitura de São Sebastião participaram, nesta quarta-feira (20), da apresentação sobre a Geopixel Cidades, uma ferramenta de geointeligência que possibilita ao serviço público um sistema de informações urbanas municipal. O instrumento é utilizado desde janeiro de 2022 pelas secretarias de Urbanismo (SEURB) e Habitação e Regularização Fundiária (SEHAB).
A tecnologia desenvolvida pela Geopixel substitui o sistema SIGMUM, exclusivamente voltado para o Cadastro Técnico (IPTU). Com a implantação do novo sistema, sua utilidade se expande significativamente, permitindo que cada secretaria o aproveite para registrar uma ampla variedade de informações necessárias para a gestão de seus respectivos setores.
Isso significa que a partir do sistema já utilizado, as outras secretarias podem acessar as informações e inserir aquelas referentes à sua pasta, de forma que o sistema fique atualizado e de fácil acesso.
O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) é uma base de dados cartográfica e alfanumérica que descreve o sistema urbano e rural, incluindo unidades imobiliárias, como terrenos e edificações, bem como as características dos logradouros. Dessa forma, o CTM se torna a base sobre a qual é possível construir várias bases de informações temáticas, como cadastro tributário, dados de saúde, áreas verdes entre outros.
Durante o encontro, o prefeito Felipe Augusto compartilhou a importância do uso da geointeligência no resgate e localização das vítimas da catástrofe ocorrida no dia 19 de fevereiro deste ano e como o seu uso deve ser expandido para as diversas secretarias para suportar na reorganização do planejamento dos serviços públicos.
“As ferramentas de geointeligência e gestão municipal são muito importantes para fundamentar as ações do poder público. Estamos priorizando essas ferramentas para gerar condições para que os servidores e as secretarias façam o planejamento para a reestruturação que queremos promover no município com os recursos que receberemos dos royalties do petróleo”, disse.
Ainda de acordo com ele, após a tragédia climática, a Defesa Civil do Estado estava com uma foto de satélite tirada no período da catástrofe, mas precisava de dados para saber a localização das casas e se tinham moradores. “Em cerca de 15 minutos, aplicando os dados que já havíamos cadastrado no nosso sistema de geointeligência, conseguimos apontar, além das residências, também o número estimado de moradores, com dados atualizados apenas 15 dias antes, o que possibilitou o encontro de todos e dar dignidade de um enterro às vítimas”, contou.
De acordo com o secretário de Urbanismo, Leandro Fernandes da Silva, com as imagens de satélite e o cadastro técnico realizado desde que a prefeitura começou a utilizar o sistema de geointeligência, a cidade já conseguiu mapear mais de 610 quilômetros de vias, mais de 40 mil fachadas de imóveis e anexar mais de 28 mil fichas imobiliárias garantindo assim o histórico imobiliário da cidade.
“Graças a estes dados que já estão inseridos no sistema já pudemos identificar 6.300 imóveis com aumento de área construída de mais de 15% que tinham defasagem no IPTU, o que nos permitiu fazer justiça social. Além disso, hoje já podemos identificar melhor a localização e a divisão dos imóveis com uma precisão que varia de seis a dez centímetros. E, em breve, os munícipes poderão emitir certidão de confrontantes dentro do sistema de forma online, junto com o alvará de construção, o que facilitará o acesso a diversos serviços”, disse.
Já a secretária de Habitação e Regularização Fundiária, Mirela Rego, reforçou o uso do sistema para o cadastro e visualização dos dados de todos os núcleos a serem regularizados. “Temos a atualização de 3,2 mil lotes irregulares dos mais de 12 mil existentes no município”, explicou em sua explanação.
Para o CEO da Geopixel Inteligência Municipal, Fernando Leonardi, São Sebastião hoje está na vanguarda em geoprocessamento de dados para a gestão pública. “A tecnologia adotada por São Sebastião é a mesma que até bem pouco tempo estava disponível apenas para capitais. A cidade já avançou muito no uso destes dados, o que é muito importante para a melhora da qualidade de vida da população, pois quando falamos em cidades inteligentes precisamos falar em gestão territorial baseada em dados para promover impacto social”, concluiu.