Maria Angélica de Moura Miranda
A palavra CAIÇARA deriva do verbo tupi “CAI” que significa queimar, portanto “Caiçara: o queimador, o que faz queimar.” Também aos paus dispostos em cercas ou trincheiras em torno da roça, da habitação e das armadilhas de peixes davam o nome de “Caiçara”.
Hoje entende-se por “Caiçaras” as comunidades formadas pela mescla da contribuição étnico-cultural dos indígenas, dos colonizadores e dos escravos africanos. Os “Caiçaras” apresentam uma forma de vida baseada em atividade de agricultura itinerante, da pequena pesca, do extrativismo vegetal e do artesanato. Essa cultura desenvolve-se principalmente nas área costeiras dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e norte de Santa Catarina. O povoamento caiçara originou-se no grande ciclo econômico do período colonial, fortalecendo-se quando essas atividades voltadas à exportações entraram em declínio, com o fim da escravatura.
Somente a partir de 1970 essa população voltou a chamar a atenção, diante da ameaça da especulação imobiliária, quando chegaram a pensar que os Caiçaras seriam extintos. Mas a contribuição histórica, a conservação da biodiversidade, o conhecimento da fauna, da flora e o manejo dos recursos naturais mostrou a importância dessa cultura que resiste.
Cabe a nós Caiçaras, cobrar políticas públicas de governo municipal, estadual e federal para que as tradições dessa cultura sigam adiante.