COLUNA ATIVISMO DIGITAL
ISABELLA SÁ MAZETTI*
Estudante, tem 16 anos e quer ser jornalista
O ativismo de hashtag é um fenômeno de grande força nas redes sociais. Levanta discussões sobre assuntos que envolvem, principalmente, injustiça social. Ainda assim, mesmo já incitando a conscientização e possibilitando que informações importantes sejam disseminadas com mais rapidez e eficiência, é vital que essa forma de manifestação esteja conectada ao ativismo presencial, pois, caso o contrário, poderá ser equivocadamente caracterizada e correlacionada com elementos do chamado sofativismo.
É necessário ter a consciência de que as manifestações na internet não são o suficiente para que as injustiças sociais sejam resolvidas. Sem as petições, protestos antirracistas ou até mesmo a arrecadação de fundos pra pagar a fiança daqueles que foram presos enquanto lutavam por seus direitos, o movimento em prol das vidas negras se tornaria “só” mais um caso de ativismo de sofá, no qual nenhuma medida é tomada na “vida real” – limitando-se ao engajamento de determinado assunto nas redes.
Assim, é preciso perceber que o ativismo de hashtag não é a solução, mas sim um primeiro passo. Não é possível progredir sem que haja uma rápida e abrangente conscientização.
Por outro lado, não há conhecimento no mundo que seja capaz de promover mudanças na sociedade sem que sejam tomadas medidas concretas.
Assim, é importante que cada vez mais internautas incentivem outras pessoas a participarem de protestos ou assinar petições. Também seria prudente que canais influentes da mídia estabelecessem relações com organizações responsáveis por causas sociais; contribuindo pra construção de uma sociedade cuja obtenção de justiça provém, em parte, de um eficiente auxílio prestado pela internet.