Na última quarta-feira (5/6), data em que foi celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, em defesa das praias e dos manguezais, movimentos sociais e populares realizaram manifesto no Centro de São Sebastião. O ato público teve início no período da tarde com replantio de mais de 200 mudas no mangue do Colhereiro (próximo a área de embarque da balsa), onde os cidadãos afirmam que “está ocorrendo grande ataque a um importante bioma da cidade”.
Segundo a presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Sebastião), Angélica Garcia, que participou do movimento, “é um escândalo chegar ao local de grande riqueza natural e ver tratores, caminhões, empilhadeiras esmagando o manguezal e jogando entulhos para sufocar a vegetação nativa e os animais. Os governos que precisam cuidar acabam sendo os que mais contribuem com a destruição”, afirma.
“Estão matando o mangue para construir”, destaca Humberto Sales, Caiçara de São Sebastião e que integra o movimento em defesa do território da Baía do Araçá, que também está sob forte ameaça da especulação imobiliária e de grandes empreendimentos. “O mangue traz oxigênio, é importante para a pesca, é um berçário de crustáceos, de aves, de moluscos, espécies endêmicas, que só tem aqui, além da diversidade enorme de plantas. É preciso cuidar”, completa.
Cidadãos do movimento Carga Viva NÃO também estiveram presentes e ressaltaram que o papel dos governos deveria ser implantar um plano efetivo de preservação da área com fiscalização, principalmente pelo histórico de tentativas de ampliação do porto e outras investidas que “tentam levar o paraíso natural à ruina, ainda mais quando se sabe de projeto de empresas offshore para a área”.
Durante o manifesto, foi realizada uma denúncia na Polícia Militar Ambiental para que se amplie a fiscalização e se impeça qualquer tentativa de destruição da natureza. Esta ação reforçou o que foi unânime nas falas dos presentes nesse Dia Mundial do Meio Ambiente, que é “preciso ter uma cidade realmente sustentável, com ações eficientes que vão além de discursos e argumentações por parte de autoridades”.
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, os movimentos se posicionam totalmente contrários a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 3 de 2022, apelidada de PEC das Praias, que prevê a transferência integral de imóveis localizados em terrenos de Marinha. Para os manifestantes, o que está em tramitação no Congresso é outro risco para a região do Litoral Norte de São Paulo e abre uma “brecha enorme para a privatização”.
