Eduardo Leduc
Na segunda-feira de Carnaval, Jean Bernard Leduc, morador do Sítio do Jacu no bairro da Tabatinga, conversava com seu amigo Robert Oliveira, que estava preocupado com a filha e sua mãe, pois estavam isoladas em Boiçucanga, sem contato e sem energia devido a tempestade. Em seguida, conversaram com o João, gerente da Seaway Marine e resolveram criar o grupo S.O.S BOIÇUCANGA, para reunir esforços e ajudar as vítimas da tragédia.
Imediatamente, diversos marinheiros, proprietários de embarcações, moradores do bairro, condomínios, o CEEPAM, a Boreste Escola Náutica, Igreja Matriz do Indaiá, náuticas Minuano e Porto Fino e outros se uniram a essa nobre missão.
Três dias após, na quinta-feira, com ajuda do pescador Gilmar, nativo da Tabatinga, lotaram a traineira Comandante Antunes, com cerca de 10 toneladas de produtos e partiram para o local. A expedição de 5 horas de viajem, contou com duas embarcações de apoio e policiais voluntários.
Ao chegarem no píer de Boiçucanga, foram recebidos pelo Sr. Ademir da Associação de Moradores local e pelo Sr. Carlinhos, líder do bairro do Sertãozinho para destinarem os produtos aos mais necessitados.
A motivação e o engajamento dos voluntários atraiu mais doações e uma segunda expedição partiu hoje, segunda-feira dia 27, com outras 10 toneladas de mercadorias, incluindo cestas básicas customizadas, de acordo com as maiores necessidades, contendo kits de produtos de limpeza, higiene pessoal e leite ninho, montadas pelo Supermercado Shibata, que fez preços especiais para contribuir com a causa.
Jean Bernard, que coordenou a operação diz com muita convicção que:
“A UNIÃO NÃO SÓ FAZ A FORÇA, ELA NOS TRAZ MAIS VONTADE E GARRA PARA SUPERAR MUITOS DESAFIOS. SOZINHO EU NÃO TERIA CONSEGUIDO FAZER QUASE NADA E JUNTOS, FOMOS MUITO ALÉM DO QUE A GENTE MESMO IMAGINAVA”
Eduardo Leduc do CEEPAM, entidade que que defende a preservação da Mata Atlântica na Tabatinga, valorizou o engajamento e solidariedade das pessoas, e acrescenta que:
“ESSA UNIÃO ENTRE MORADORES DEVE PERMANECER, AFIM DE COBRAR DOS GESTORES MUNICIPAIS, A RESPONSABILIDADE DE NÃO TRANSFORMAREM OS EVENTOS CLIMÁTICOS EM TRAGÉDIAS.
OS EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS EXISTEM, SÃO PREVISTOS E SABIDAMENTE ESTÃO SE INTENSIFICANDO. CABE AOS GESTORES E MUNÍCIPES, CONTEREM O DESMATAMENTO DA MATA ATLÂNTICA E NÃO PERMITIREM A OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE RISCOS DE DESLIZAMENTO E INUNDAÇÃO, QUE JÁ SÃO BEM CONHECIDAS NO LITORAL”
Essa é uma de muitas estórias de gente que “arregaçou as mangas” para ajudar as vítimas e fez a diferença na vida das pessoas, nesse momento tão triste e que poderia ter sido evitado na estória do Litoral Norte.