Por Isabella Sá
A tecnologia, desde a Revolução Industrial, passou por inúmeras transformações, causando um grande impacto em toda a humanidade. No contexto recente, nota-se como as mídias sociais revolucionaram as formas de comunicação, construíram hábitos, e, principalmente, ditaram tendências. A manipulação do comportamento do usuário pode ser perigosa, levando muitos a pensar se o ser humano está realmente tomando decisões por livre arbítrio ou se suas escolhas já estão predeterminadas.
O TikTok –rede social de origem chinesa utilizada para a criação e compartilhamento de vídeos– é um exemplo de como a manipulação midiática pode atingir, mesmo que despercebidamente, um grupo de pessoas. Logo ao baixar o aplicativo, uma análise do perfil de cada usuário é feita e, através do tipo de conteúdo a que o indivíduo aparenta se interessar, o algoritmo seleciona vídeos em uma área denominada “For You”, cuja tradução literal é “Para Você”. T
ão específicas são as recomendações, que os utilizadores da rede a separaram em diferentes categorias como: “LGBTQI+TikTok”, “Book Tok” e até mesmo “Study Tok” –direcionadas, respectivamente, ao público LGBTQI+, àqueles que se interessam pela leitura e aos que desejam focar nos estudos. Vale enfatizar, portanto, que o aplicativo apresenta um forte caráter influenciador. Tal fato fica mais evidente ainda a partir do momento em que é feita uma análise de como as tendências (“trends”) do momento são capazes de ditar comportamentos, algo visto, por exemplo, por meio de vídeos feitos com a música “Haus Of Holbein” do musical “Six” – os quais influenciaram muito jovens a comprarem espartilhos, sem nem atentarem-se aos riscos de saúde que seu mal uso pode trazer.
Por fim, conclui-se que o controle de dados na internet, além de padronizar formas de agir, introduz à mente das pessoas a ideia de que precisam de algo que, muitas vezes, não passa apenas de um desejo efêmero incitado por um vídeo. É preciso questionar; logo, seria de extrema importância que as instituições de ensino –tanto privadas quanto públicas– incentivassem seus alunos a desenvolver o pensamento crítico por meio de atividades, debates e palestras. A liberdade, muitas vezes, pode estar no simples ato de impor limites a si mesmo – e ter o conhecimento disso é o primeiro passo para não cair na fantasia das redes sociais.