Maria Angélica de Moura Miranda
A Festa do Padroeiro era feita no Coreto, as barracas eram montadas na praça e o barracão maior, onde era cantado o Bingo, era feito encostado na parede à esquerda da Igreja Matriz.
Era um encontro entre muitas gerações de Caiçaras, pessoas que tinham ido para Santos, moradores de Ilhabela, Caraguá e até Ubatuba. Pessoas idosas que moravam em praias distantes que só se prontificavam a vir para o Centro no dia da Festa do Padroeiro.
As barracas traziam panelas, ferramentas, utencílios domésticos, enxovais e roupas. Na época, o comércio aqui não conseguia competir com as novidades que vinham de Santos.
As costureiras, como a Dona Olguinha, recebiam muitas encomendas, pois os devotos faziam questão de usar roupas novas para demonstrar o respeito e a pompa da Festa.
As vezes coincidia de cair um temporal no dia da Festa e eu ficava no alpendre da casa do meu Avô Sebastião Justo de Moura, vendo os homens salvando as coisas que estavam à venda, da correnteza que se formava com a chuva.
Essas lembranças do passado que devem estar na memória de toda a minha geração, nos faz sentir emoção e certeza de que o Dia da Festa do Padroeiro São Sebastião, não é um dia qualquer!