Por Drielly Leite
Com um olhar sensível voltado para aqueles que mais precisam, buscando sempre dar voz aos esquecidos, a jornalista e escritora Lucia Helena Issa, natural de Guaratinguetá-SP, é destaque por toda a ajuda humanitária que vem prestando ao longo de sua carreira.
Descendente de sírio-libaneses, Lúcia Helena Issa foi correspondente de guerra e, dentre os 80 países que visitou, foi na Síria onde pôde vivenciar um dos momentos mais dramáticos e impactantes de sua carreira. Em sua quinta viagem ao Oriente Médio, em 2018, enquanto escrevia seu mais breve lançamento “Filhas da Palestina, filhas da esperança”, que será publicado em setembro deste ano em mais de 10 países, ela relata o quão impressionada ficou ao presenciar como as pessoas estavam vivendo nos campos de refugiados, em especial crianças e mulheres palestinas.
Na época, movida pela imensa dor e pelas perdas que vivenciou, decidiu voluntariamente ficar por 25 dias vivendo junto às mulheres refugiadas da Síria. Essa experiência resultou na criação de um projeto de ajuda humanitária que contou com a participação de muitas pessoas que abraçaram a ideia e doaram dinheiro para a compra de materiais escolares e brinquedos para cerca de 300 crianças dos Campos de Zahle, na fronteira entre Síria e Líbano, onde ela ficou por várias semanas.
Para a jornalista e escritora, a experiência com essas mulheres e crianças foi um dos momentos mais emocionantes de sua vida e carreira. De acordo com ela, esse foi um dos momentos que a fez dar ainda mais valor “para o que tem valor”.
Em seu novo livro-reportagem “Filhas da Palestina, filhas da esperança”, a escritora traz relatos emocionantes sobre as mulheres palestinas que vivem há décadas em campos de refugiados e toda a experiência que presenciou como correspondente de guerra.
Graças ao seu trabalho humanitário, que é reconhecido dentro e fora do Brasil, foi homenageada e recebeu vários prêmios, como Embaixadora da Paz em Paris; a Medalha Marielle Franco da Câmara Municipal de Salvador, junto com o grupo Olodum; prêmio Recife de Liberdade de Expressão, outorgado em 2015 por seu trabalho pelas mulheres refugiadas; o prêmio Estrella Del Sur do Uruguai, que é destinado a escritores e artistas que por meio do seu trabalho dão voz às minorias; prêmio Evita Perón, outorgado pelo Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires pelas matérias sobre direitos humanos em territórios de guerra.
Lucia Helena Issa é jornalista com especialização em Linguagem e Semiótica, pela Università di Roma, na Itália. É autora do livro-reportagem “Quando amanhece na Sicília…”, premiado no Brasil e na Itália, sobre a luta das mulheres e da sociedade civil italiana contra a Máfia. Já morou em Londres, Havana e Roma por seis anos, de onde fez reportagens para a Folha de São Paulo, revista Istoé e Jornal do Brasil. Atualmente mora no Rio de Janeiro e é colunista do site britânico Middle East Monitor.