O número de jovens no Brasil que, atualmente, nem estudam e nem trabalham é alto e crescente. Classificados como geração nem-nem, este grupo corresponde, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cerca de 23% das pessoas entre 15 e 19 anos, sendo afetados, em sua maioria, pela falta de estrutura e de políticas públicas, o que contribui para a formação de diversos problemas como, por exemplo, a criminalidade. Pode-se perceber que na maior parte das cidades brasileiras, em bairros onde há carência de hospitais, espaços de lazer e escolas, assim como a exposição frequente de jovens à violência, a taxa de evasão escolar é bem maior, provocando, dessa maneira, uma menor oportunidade de começarem a trabalhar – se comparado àqueles que vivem em bairros com uma infraestrutura de boa qualidade – e aumentando o uso da criminalidade. O volume de informações produzidas e compartilhadas em meios físicos e digitais nos últimos 10 anos, supera de forma exponencial todos os conteúdos produzi-dos nos últimos séculos. De acordo com a Consultoria IDC, a cada dois anos a quantidade de dados criados dobra. Atual-mente existem cerca de 500 quatrilhões de arquivos no mundo digital. Até 2020 foram gerados incríveis 35 zettabytes, ou 35 trilhões de gigabytes de informação. Tamanha disponibilidade de informações, sobre os mais variados temas, sem sombra de dúvidas traz inúmeros benefícios a humanidade. No entanto é salutar que informação não necessariamente é conhecimento. A internet, a maior invenção de todos os tempos, é a grande responsável pelo volume astronômico de conteúdos e obviamente pela evolução de diversas frentes científicas, acadêmicas e profissionais, dada sua capilaridade, velocidade, interatividade e por tratar-se de uma plataforma colaborativa. No entanto, parafraseando Phi-lippus Aureolus Theophrastus (Paracelso), um famoso médico de e violência como fonte de sustento. Assim, o deputado distrital Professor Israel tem razão ao afirmar que, em vez de nem-nem, estes jovens deveriam ser classificados como “sem-sem”, pois, assim como acredita a autora Miriam Müller, o termo popular não reflete as diferenças dos que estão inseridos nesse grupo, refletindo ainda menos sua realidade composta pela falta de oportunidades e acesso a estudo gratuito de qualidade. Logo, ao contrário do que a sociedade muitas vezes pensa, esta geração nem-nem não é composta majoritariamente por jovens “mimados”, mas por jovens que precisam de oportunidades para ascender sócio e economicamente. Isto poderia passar a ser gradativamente atingido através da criação de oficinas educativas específicas e gratuitas que incentivem e apoiem a inclusão de jovens no mercado de trabalho, ajudando-os a sair do estado de vulnerabilidade social.