A Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba (Fundacc) realiza nos dias 23 e 24 de setembro, o “Folclore em festa – Encontro de Culturas” nas praças da cidade, com programação variada de cultura tradicional, teatro, contação de histórias e brincadeiras. A proposta do encontro é dar importância e fomentar a cultura popular. A entrada é gratuita.
No dia 23, o ponto de encontro é a Praça do Caiçara, com início às 18h, com apresentação de Cordel com Keiliane Dias, Moçambique do bairro do Perequê-Mirim, Folia de Reis de Santo Antônio do bairro do Tinga, Histórias da Minha Terra – Contação de histórias e vivências brincantes em cordel, com Dani Almeida e Samba de Roda do mestre Angolinha. Durante todo o período, mestre Pedro Caetano expõe suas rabecas.
Já no dia 24, domingo, a partir das 11h, o encontro acontece na Praça Pastor Edson Rangel (praça da feira do rolo), no bairro Tinga.
A programação tem início com “Mamulengo de Si Mesmo Com Vida” e na sequência, o público vai assistir também ao espetáculo “É Tempo de Festa Pras Bandas do Coração de Nossa Senhora”, da Cia Teatro da Investigação.
Sobre a programação
Dia 23
Mestre Pedro Caetano faz a exposição de suas rabecas, Bem imaterial da cultura caiçara. Contemplado com o prêmio mestres da Cultura para transmissão dos saberes, por meio de recursos do Fundo Municipal de Caraguatatuba, ministrou oficina para construção do instrumento.
Keiliane Dias é atriz, poetisa e cordelista. Em seus cordéis relata histórias vividas no nordeste e capital eternizando as vivências em seus versos que sempre trazem uma moral cheia de regionalidade.
Dani Almeida, pernambucana, reside em Caraguatatuba, é cordelista, contadora de histórias e integra o coletivo estadual feminino de literatura de cordel “Teodoras do Cordel”.
Ela apresenta o espetáculo “Histórias da Minha Terra”, levando seus contos de fada nordestinos e vivências brincantes da cultura popular para toda a família. “É uma honra poder representar o cordel e estar na programação. Ele faz parte do nosso patrimônio cultural Imaterial e é também, um gênero literário genuinamente brasileiro que merece e deve ser valorizado em todas as suas frentes”, destaca a artista.
O grupo de Folia de Reis de Santo Antônio do bairro do Tinga foi criado em 1998 por Francisco Paulo da Silva, seu irmão Antônio Francisco da Silva e por José Cardoso da Silva, que desde 1963 já participavam de outros grupos de Folia de Reis em São José do Barreiro (SP).
Os três ensinaram aos moradores do bairro Tinga o verdadeiro significado desta tradição. Atualmente, o grupo tem se apresentado todos os anos nas casas de pessoas que montam presépios e que solicitam sua visita, cantando versos em comemoração ao nascimento do Menino Jesus e a visita que lhe fizeram os Reis Magos.
A Cia de Moçambique do Perequê-Mirim está em atividade desde o ano 2000. De acordo com o Mestre Angolinha, “o público poderá conhecer a companhia, sua musicalidade e assistir à apresentação de dança vivenciando o que é o Moçambique”, conta.
Samba de Roda Essa manifestação artística está presente em todas as partes do Brasil, mas no Recôncavo baiano o ritmo é mais popular. Em Caraguá, o grupo é mantido pelo mestre Angolinha desde o início da década de 1990. Frequentemente fecha as rodas de capoeira com samba convidando todos a dançar e cantar ao som de tambor, pandeiro e palmas.
Dia 24
O Grupo Mamulengo de Si Mesmo surgiu a partir da atuação do bonequeiro Oscar Luiz do Nascimento (Latino) no grupo “Boneco Vivo de São José dos Campos – SP, trabalho desenvolvido junto a adolescentes em liberdade assistida que criaram roteiros e bonecos a partir de suas histórias. Em 2011 nasce o grupo com o objetivo de pesquisar e difundir os saberes do boneco Mamulengo no Vale do Paraíba e Litoral Norte, com a realização de apresentações e oficinas de confecção e manipulação de bonecos. Em 2021, é selecionado para o Programa de Qualificação em Artes da Poiesis com o Projeto Mamulengo Convida, que desabrochou na montagem do espetáculo Quem muito cobra, cobrado será!
Cia Teatro da Investigação
O público vai assistir também ao espetáculo “É Tempo de Festa Pras Bandas do Coração de Nossa Senhora”. Algumas referências musicais e dramatúrgicas, como as obras de Patativa do Assaré, Dominguinhos e J.Borges foram inspiração para a encenação, assim como as danças populares como base para um corpo de cena brincante. Na história, três personagens da cultura popular recebem uma encomenda para preparar a festa de coroação de Nossa Senhora e enfrentando a realidade de um Brasil sem coração, os três buscam sobreviver e realizar o festejo.
O espetáculo foi realizado com apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura.