Durante cinco dias, o 5º Citronela Doc – Festival de Documentários de Ilhabela – reuniu cerca de 3.500 pessoas em diferentes atividades gratuitas, entre exibições de filmes, debates, shows e outros encontros. O evento, realizado entre 27 e 31 de agosto no Esporte Clube Ilhabela e no Hostel da Vila, consolidou-se como um espaço de celebração do cinema documental e de troca entre quem respira cultura.
O festival continua de forma online e gratuita para todo o Brasil, até o dia 10, pela plataforma Spcine Play.
“Ver o Citronela Doc chegar à sua quinta edição reunindo 3.500 pessoas é a prova de como o festival cresceu e conquistou espaço no calendário cultural da cidade”, afirma Livia Razente, produtora executiva do evento. “Mais do que um festival de cinema, ele se tornou um movimento que fortalece a cena cultural de Ilhabela, amplia as vozes da produção audiovisual brasileira e valoriza a identidade local, além de contribuir para a formação de público, troca de experiências e para colocar Ilhabela no mapa dos grandes encontros culturais do país”, afirma a produtora.
O Citronela Doc sempre apresenta uma seleção de documentários brasileiros de curta e longa-metragem, com foco na diversidade de perspectivas e trazendo para o público filmes contemporâneos e premiados. É o caso de “Criaturas da Mente”, de Marcelo Gomes, que trata das pesquisas sobre sonhos conduzidas pelo neurocientista Sidarta Ribeiro, e “Ritas”, de Oswaldo Santana, que traz depoimentos inéditos da cantora Rita Lee, recontando a trajetória da cantora com a própria voz da artista e que é o documentário mais visto de 2025. Ambos atraíram grande público ao Hostel da Vila e ao Esporte Clube Ilhabela.
O filme “Alma Negra – do Quilombo ao Baile”, de Flavio Frederico, também foi recebido com entusiasmo pelo público, que teve a oportunidade de conhecer BiD, co-produtor do documentário que prestigiou a exibição no Hostel da Vila. A produção reconta a história da soul music no Brasil, ligando a música com o movimento de valorização da cultura negra e a luta política contra o racismo, e traz depoimentos de artistas importantes para a cena, como Tony Tornado, Zezé Motta, Nelson Triunfo, Gerson King Combo, além da análise didática da socióloga Edneia Gonçalves.
Outro ponto alto do festival foi o encontro sobre o audiovisual no Litoral Norte e Vale do Paraíba, que reuniu nomes relevantes no mercado, como Marina Baião, coordenadora de formação da Spcine, a Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo que atua no desenvolvimento e implementação de políticas para o setor, Eugenio Puppo, diretor do filme “Topo” e fundador da Mostra de Cinema de Gostoso, Wagner Rodrigo, diretor de relações externas do Fórum de Cinema do Interior Paulista (Icine), Ana Claudia Carvalho, diretora da Ilhacine (Ilhabela Film Commission), Juliana Borges, diretora de comunicação e programadora do Citronela Doc, com mediação de Alexandre Gonçalves, roteirista e produtor de Ilhabela.
“O encontro mostrou que o cenário do audiovisual está efervescente na região e que as políticas públicas são essenciais para fomentar a produção de filmes e possibilitar que cineastas tenham condições de desenvolver suas ideias e visões”, diz Juliana Borges. Um reflexo dessa movimentação no Litoral Norte e Vale do Paraíba é a grande quantidade de inscrições recebidas para a mostra regional do Citronela Doc: mais de 50 filmes.
O público do festival também compareceu para participar de conversas sobre a cultura queer e como o audiovisual é uma ferramenta de resistência e revolução, e ainda muitos moradores acompanharam o debate sobre classes sociais e moradias em Ilhabela, que trouxe um assunto tão urgente e relevante para a cidade.
O festival
Ao todo foram 37 filmes exibidos no Citronela Doc: nove longas-metragens e 26 curtas-metragens produzidos em 9 estados brasileiros e oito cidades do Litoral Norte e Vale do Paraíba.
A novidade neste ano foram dois filmes que usam tecnologias de realidade estendida (XR)|: “Human” e “Toré Virtual”, que fizeram muito sucesso entre as crianças durante os três dias de exibição no Esporte Clube.
O Citronela Doc também promoveu uma sessão especial com dois filmes produzidos por alunos que frequentaram a Escola Livre de Cinema Caiçara, em São Sebastião, em 2024: “O Som da Maré” e “DÊsGRAÇAs”, da dupla Goraco.
O festival foi encerrado com o filme “Ritas”, que lotou a sala de exibição e foi apresentado por Oswaldo Santana, diretor do documentário. A produção mostra a cantora Rita Lee de um jeito que o público nunca tinha visto, resgatando memórias da infância e comentando episódios da sua vida e carreira em depoimentos inéditos, e emocionou os espectadores do Citronela Doc.
Mais informações no perfil do Instagram @citroneladoc
Email de contato: [email protected]
