O ex-estudante da E.E. Áurea Moreira Rachou, em Ubatuba, e da E.E. Thomaz Ribeiro de Lima, em Caraguatatuba, José Paulo Rodrigues dos Santos, dá dicas de como ingressar em uma graduação na Alemanha, país para o qual ele embarca no fim deste mês.
Zé Paulo, como é mais conhecido, estudava na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) antes de ingressar na Universidade de Ciências Aplicadas de Aachen (Aachen University of Applied Sciences), na Alemanha, que é uma das maiores universidades de ciências aplicadas no país. Ele nos conta que sua experiência na UFSC foi crucial, porque, para não ter que fazer o Studienkolleg, um ano obrigatório de uma espécie de cursinho na Alemanha, os brasileiros devem estudar por pelo menos um ano em uma universidade no Brasil antes de aplicar para a Alemanha.
E você tem que escolher bem o curso no Brasil, pois somente poderá aplicar para cursos relacionados na Alemanha. Por exemplo, no caso de Zé Paulo, ele fazia Administração na UFSC e está mudando para Aachen para estudar Negócios e Economia Global (Global Business and Economics).
José ainda está aprendendo alemão e diz que saber alemão logo de cara não é necessário, pois existem cursos que são 100% em inglês no nível de bacharelado. Porém, a oferta é limitada, sendo que a maior quantidade de vagas em inglês está nos mestrados e doutorados. Ainda assim, é importante provar que sabe inglês pelo menos até o nível B2. No caso de José, ele fez o TOEFL iBT presencialmente em São Paulo, após a versão remota do teste não funcionar no seu computador.
Quanto à questão financeira, financiar os estudos fora de sua cidade natal não é fácil, e José sabe muito bem disso, vindo de uma família humilde do sul de Ubatuba. As formas de conseguir, oficialmente, provar renda na Alemanha requerem uma conta bloqueada com fundos suficientes para viver por um ano (992 euros por mês) ou transferências mensais contínuas de pelo menos 992 euros para sua conta para provar renda quando for pedir sua permissão de residência para estudantes não europeus. Os estudantes ainda podem trabalhar por vinte horas semanais enquanto estudam.
Segue abaixo o checklist para brasileiros interessados em ingressar, sem Studienkolleg, em bacharelados na Alemanha:
- Ao menos um ano de graduação no Brasil
- Histórico do ensino médio
- Histórico da faculdade
- Passaporte
- Nota correspondente ao inglês B2 no TOEFL ou outro exame de idioma aceito
- Carta de motivação (com o motivo pelo qual você quer estudar na universidade em questão)
- CV (curriculum vitae) atualizado com suas experiências, como trabalhos e voluntariados
- Pagamento da taxa de aplicação (cerca de 75 euros + 30 euros por curso adicional)
- Pagamento de taxas administrativas da universidade em que você for aceito(a) (em média cerca de 400 euros por semestre, nas universidades públicas)
- Seguro saúde (cerca de 80 euros por mês)
Tenha em mente: sua nota no ensino médio e na faculdade são levadas muito em consideração e podem ser seu principal diferencial.
O ideal é aplicar para diversos cursos, já que alguns possuem um número limitado de vagas (conhecidos como NC). E, mais que nada, eles também podem ter um número limitado de vagas para estudantes internacionais não europeus. No caso do Zé Paulo, o curso dele era um desses e tinha somente aproximadamente 7 vagas para estudantes não europeus, o que o fez esperar o resultado final com muita ansiedade.
Toda a aplicação acontece na plataforma Uni-Assist, e mais informações podem ser encontradas tanto lá como na plataforma alemã DAAD.