O volume de informações produzidas e compartilhadas em meios físicos e digitais nos últimos 10 anos, supera de forma exponencial todos os conteúdos produzi-dos nos últimos séculos. De acordo com a Consultoria IDC, a cada dois anos a quantidade de dados criados dobra. Atualmente existem cerca de 500 quatrilhões de arquivos no mundo digital. Até 2020 foram gerados incríveis 35 zettabytes, ou 35 trilhões de gigabytes de informação. Tamanha disponibilidade de in-formações, sobre os mais variados temas, sem sombra de dúvidas traz inúmeros benefícios a humanidade. No entanto é salutar que informação não necessariamente é conhecimento. A internet, a maior invenção de todos os tempos, é a grande responsável pelo volume astronômico de conteúdos e obviamente pela evolução de diversas frentes científicas, acadêmicas e profissionais, dada sua capilaridade, velocidade, interatividade e por tratar-se de uma plataforma colaborativa. No entanto, parafraseando Phi-lippus Aureolus Theophrastus (Paracelso), um famoso médico e alquimista alemão da época da Renascença: “A diferença entre o Remédio e o Veneno está na dose”. Ou seja, trazendo o pensamento do pensador para o “Mundo Virtual das Informações” percebe-se que muitos “venenos” estão sendo produzidos e consumidos diariamente, gerando um frenesi em massa, sem precedentes. Fake News que privilegiam e prestigiam o ódio, o negacionismo, a intolerância e a desinformação, são propagadas em larga escala, muitas vezes até mesmo por “autoridades” que teriam por obrigação “medicar” a população e não “envenená-la”. A des(informação) que segrega, polariza e “charlataniza” a vida, à serviço de um idealismo doentio. O desserviço à distância de “um clique”, a verdade e a ciência perdendo dia a dia o protagonismo pra conteúdos, no mínimo duvidosos, que rapidamente caem no gosto popular, dada a verossimilhança entre os conteúdos e a falta de pragmatismo de seus consumidores. Informação muitas vezes confundida com formação e conhecimento, uma receita desastrosa em tempos no qual o “achismo” cresce às sombras do obscurantismo e da irracionalidade.