Winston Churchill, ex-político conservador e estadista britânico, famoso principalmente por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial, dizia: “A democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais”.
Considerado um defensor da Democracia pela elite britânica, porém bastante criticado por opositores, devido seus comentários imperialistas, racistas, e por suas constantes investidas contra os direitos humanos. Situação bastante dicotômica para um político que auto intitulava-se democrata.
Tal dicotomia e distanciamento entre teoria e a praxe, bastante presente também nos dias atuais, vem fragilizando vertiginosamente a Democracia, notadamente em países subdesenvolvidos, “colocando em xeque” o tal Estado Democrático de Direito, ao longo da história.
Assim como Churchill, novos políticos defensores da Democracia e do liberalismo econômico, alegam legislar sob a matriz Democrática, no entanto deixam a cada dia mais evidente a clivagem e injustiça social de um sistema participativo viciado, no qual a minoria burguesa fica com os direitos e o proletariado com os deveres.
O Brasil, um país pseudo democrático, guarda em sua Constituição de 1891, o artigo 5°, que na teoria, é o bastião garantista da igualdade e direitos fundamentais, contando inclusive com cláusula pétrea – inciso V, que versa sobre os “direitos e garantias individuais”.
O grande problema é que tais garantias jamais funcionaram na prática, ou pelo menos não para a maioria da população. A discrepância dos direitos entre classes sociais é gritante. A permissividade das leis aos mais abastados e o rigor das mesmas aos menos favorecidos é explícita. O racismo estrutural e institucional é crescente. A intolerância a crenças e cultos religiosos menos tradicionais é contumaz. O preconceito a orientação sexual é explícito. O desrespeito a condição feminina é uma triste rotina.
E assim, todos os dias, somos condenados a uma Ditadura da Burguesia travestida de Democracia, no qual nos é garantido apenas os direitos a perpetuação da pobreza, ao descaso das autoridades públicas, a convivência com o neofascismo; e, as “migalhas que caem das mesas da elite tupiniquim”, que de forma sórdida e muito bem orquestrada, manipula a massa ao seu bel prazer, para garantir a multiplicação de sua riqueza, regada com o sangue e suor dos trabalhadores.