Por Maria Angélica de Moura Miranda.
Hoje, desde cedo tive a companhia de uma coruja me olhando, não é uma coruja comum, descobri que chama-se Mocho-Diabo, parece um gato grande com olhos vermelhos. Muito curioso aparecer uma coruja agora, que sou Presidente do Conselho de Politicas Culturais e o símbolo do Conselho é uma coruja.
Tenho uma história com passarinhos, toda vida gostei, o outro dia peguei um Canário Belga na rua e levei pro Jorge criar, ele está todo feliz. Durante a pandemia fiz até poesia para os passarinhos, minha casa chama-se Recanto Bem-te-vi, pois nascem todo ano por aqui, mas uma história não sai da minha lembrança:
Era 1988, fui chamada pelo Dr. Stael Prata, Superintendente da Petrobrás, ele queria falar comigo sobre um jornal para os funcionários.
No dia marcado tomei banho, me troquei e fui deixar os meus filhos na casa da minha mãe, para estar na Petrobrás no horário marcado. Minha avó Josepha Guerra Puertas, estava muito idosa e passava uma temporada na casa de cada uma das filhas, que se revezavam para cuidar dela. Naquele dia ela estava na casa da minha mãe.
Deixei as crianças, conversei com elas e saí. Não tinha descido nem um quarterão, quando uma gaivota, dessas que ficam voando lá alto, fez cocô e me lavou da cabeça aos pés com uma massa branca, visosa e grossa. Meu cabelo, minha camiseta e minha calça de brim e até meu tênis ficou todo manchado.
Voltei na casa da minha mãe desesperada, pois teria que tomar uma nova ducha e me trocar novamente, antes de ir ao compromisso. Minha avó Josepha ria muito, meus filhos, minha mãe, eu devia estar muito engraçada suja daquele jeito.
No meio de toda aquela confusão, minha avó ria e dizia:
– É sorte Maria, é sorte!!!!!
Era sorte mesmo, consegui o serviço e me orgulho muito do trabalho que fiz contando a história do Terminal Marítimo Almirante Barroso, no jornal “TEBAR em notícias”.
Hoje essa coruja Mocho-Diabo, está me olhando com uns olhos vermelhos desde cedo, avisei o meu vizinho de frente e ele fez contato com o dono da casa, a coruja é de mentira, colocaram ali para espantar os pombos.