Por Maria Angélica de Moura Miranda.
A tradição dos Pasquins no Litoral Norte de São Paulo, ficou registrado pela mãe da Antropologia no Brasil, a primeira Antropóloga Brasileira Gioconda Mussolini, que por causa do machismo enfrentou vários desafios para ingressar no meio acadêmico, num ambiente totalmente masculino na década de 20 do século passado. Nascida em 15 de novembro de 1913, terceira de sete filhas do imigrante italiano Umberto Mussolini, foi a primeira da família a frequentar a universidade.
Se formou no curso de Ciências Sociais da então recém criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP). Mas no final dos anos 30, quando antropólogos estrangeiros formam a primeira turma no Brasil, ela era a única mulher no grupo e depois assume como docente o ensino de Antropologia da USP.
Dedicou seus estudos à população caiçara de pescadores do Litoral Norte e mesmo tendo morrido antes de defender a sua tese de doutorado, nos traz todos os detalhes da vida cotidiana nas praias isoladas, no trabalho publicado em 1950 com o título: Os “Pasquins” do Litoral Norte de São Paulo e suas peculiaridades na Ilha de São Sebastião.
Em 2025, quando as fake news estão em alta, vamos nos debruçar sobre os Pasquins, modalidade poética que traz humor e sabedoria popular para as escolas. Para combater o fascismo, o racismo e o autoritarismo, vamos de poesia!