PANAPANÁ
Fui uma criança inquieta e barulhenta, as coisas caiam da minha mão, vivia com manchas roxas nas pernas, uma vez que batia em tudo que é quina, subia em telhados e árvores mesmo depois de mocinha.
Quando jogava ping-pong no Tebar Praia Clube um amigo de infância chamado Gilmar, me apelidou de “estabanada”.
Minha mãe Beatriz Puertas com muita paciência tentava controlar minha agitação com palavras e gestos, mas as vezes até com um olhar ela já fazia eu voltar pra casinha.
Hoje a minha filha Clara Lúcia está nessa missão e me fala:
– Calma mãe, respira, respira!
Quando queria chamar a minha atenção, minha mãe falava:
– Maria para com isso… vc parece um panapaná!
Para mim panapaná era algo parecido com aqueles bonecos que temos hoje em frente aos postos de gasolina, com os braços balançando por causa do vento.
Uma dia quando a minha mãe já tinha morrido, estava na internet e vi o que era panapaná: uma revoada de borboletas… que coisa mais linda!
Pena que a minha mãe não estava mais aqui, para poder lhe dizer que entendia o que era, finalmente.
Desculpe aí, sou filha de poeta!