Uma pisada errada, um chute sem estabilizar o quadril ou aterrissar de salto com os joelhos voltados para dentro podem ser suficientes para causar lesões esportivas. Esses movimentos incorretos desconsideram princípios biomecânicos essenciais, como alinhamento articular, distribuição de carga e amplitude correta.
A biomecânica é a área que investiga como o corpo humano se movimenta e reage quando está sob a influência de forças internas, como a ação dos músculos e o funcionamento das articulações, e externas, como o peso, a gravidade e os equipamentos utilizados durante atividades físicas. Por exemplo, no tênis, raquetes mal ajustadas ao tamanho da mão ou ao peso ideal podem favorecer inflamação no cotovelo, como a epicondilite. Na natação, óculos e toucas adequadas evitam posturas compensatórias da cabeça e do pescoço.
“A biomecânica é uma aliada para qualquer atleta, seja profissional ou amador. Ela nos mostra como o corpo se movimenta e como corrigir falhas que, com o tempo, podem se transformar em lesões sérias”, afirma o ortopedista e traumatologista do esporte, Dr. Bruno Canizares.
Independente da modalidade esportiva, o especialista explica que o objetivo, por meio dos estudos da biomecânica, é criar estratégias para potencializar o desempenho e melhorar a performance esportiva sem prejudicar o corpo. “Identificando os movimentos que podem aumentar os riscos de lesões, é possível planejar treinos mais produtivos, principalmente em atletas de alta performance, por exemplo.”
Embora não exista um único aparelho que englobe toda a biomecânica, diversos equipamentos são utilizados para avaliações específicas, como plataformas de força, sistemas de eletromiografia e câmeras de alta velocidade. Os cálculos biomecânicos envolvem a análise de forças, momentos, ângulos e velocidades envolvidos no movimento, utilizando princípios da física e da matemática para quantificar e otimizar o desempenho.
Por dentro da biomecânica
A biomecânica não serve apenas para evitar lesões; também é uma ferramenta que combina princípios de anatomia, fisiologia, física e engenharia para compreender e otimizar os treinos. “Quando o movimento é eficiente, o gasto energético é menor, a força é melhor aproveitada e o desempenho melhora”, afirma o Dr. Bruno.
Trata-se de economizar movimentos. Os ajustes técnicos nos treinos facilitam o atleta a manter um ritmo forte por mais tempo. Para que isso ocorra com sucesso, é preciso buscar profissionais capacitados que possam oferecer orientação adequada.
Seja na corrida, no futebol ou no tênis, investir em uma análise biomecânica é um passo estratégico para quem quer praticar esporte de forma segura e duradoura.