Conheci a Fazenda Engenho D’Àgua funcionando, meus pais faziam piqueniques com os amigos e Ilhabela/SP, era um dos nossos destinos.
Lembro dos canaviais, onde corríamos e brincávamos, do interior do prédio, quando tomávamos garapa e comíamos nossos lanches.
Além da lembrança do lugar uma coisa para mim é muito significativa, o perfume da cana sendo moída e o cheiro da pinga.
Como estávamos acostumados com esse passeio, levávamos os nossos primos que vinham de São Paulo, nas férias.
Uma vez meu irmão, que tinha 12 anos e dois primos menores, subiram pelo canavial e se embrenharam na mata, quando meus pais e meus tios se deram conta, eles estavam perdidos.
Foi um desespero total, veio um monte de gente ajudar a procurar as crianças. Lembro que foi uma tarde inteira de aflição e quando já escurecia apareceu um caiçara com os meninos chorando.
Na década de 80, quando já morava em São José dos Campos, costumava levar pinga de Ilhabela para presentear meus amigos. Nessa época a pinga de Ilhabela era tão famosa que fiquei sabendo, através do meu tio Álvaro Puertas (82), que era Encarregado do DER, que os donos de Engenho compravam pinga de Paraibuna em barril, que vinham de caminhão, para engarrafar em Ilhabela, pois a demanda era maior que a produção.
Agora fico feliz por saber que esse prédio que me traz tantas recordações, ficará aberto para visitas. Esse epaço é um patrimônio do Litoral Norte e fico imaginando quantas outras histórias ainda serão vividas ali!