Maria Angélica de Moura Miranda
Eu trabalhava na Secretaria de Serviços Urbanos e o padre Marcos me chamou para conversar. Falou que o andor de São Sebastião, que é usado na procissão de 20 de janeiro, estava todo roído por causa de cupins.
Fui ver com ele, e toda a parte lateral do andor estava perdida, oca e destruída. Combinamos então de levar o andor para a Prefeitura, assim o Paulinho carpinteiro e seu pessoal poderiam fazer o serviço sem cobrar. Fui falar com o Prefeito e ele autorizou.
Fiz uma arrecadação com pessoas conhecidas e levantei o dinheiro para comprar uma folha de compensado naval para refazer o andor. Fiquei pensando que meu pai e meu avô já deviam ter reformado esse andor em algum tempo.
A placa de compensado naval chegou na Prefeitura, media 2,50×1,60m, caríssima. Esse tipo de placa é usada também para consertar barcos, pois é tratada para ficar impermeável. Liguei para o padre e avisei que a placa já estava lá, podiam trazer o andor.
Numa manhã, antes do andor chegar, observei que a placa já não estava mais onde tinha sido guardada, fui ver o que era, a placa sumiu, alguém levou embora.
Conversei com o Secretário de Serviços Urbanos, mas nunca descobrimos quem levou. Naquele tempo não haviam câmeras pela cidade.
Compramos uma nova placa e foi feito o serviço. Depois o andor foi levado para a casa do Ovídio e da Cecília. Eles encaparam com veludo vermelho e fizeram essa obra prima que está até agora.
Esse andor tem história!!!!