Dizer que o 26º Festival Dança e Movimento está prestes a ter uma maré cheia de arte é uma metáfora para lá de apropriada. Sobretudo por se tratar de um evento consagrado, que acontece desde 1997 em uma cidade litorânea – Ilhabela. Mas também por trazer um mar de espetáculos, com uma profusão de linguagens, movimentando ondas de artistas, companhias e sempre um respeitável e grande público. Ao longo de sua história, o Dança e Movimento já apresentou mais de 300 espetáculos a um público de quase 40 mil pessoas.
Dança, circo, acrobacia, dança-teatro, aéreos, muita arte e alegria em movimento é o que está na programação dos próximos três finais de semana em Ilhabela. De companhias consagradas – como São Paulo Cia de Dança, Ballet de Londrina e Raça Cia de Dança -, que trazem o clássico e o contemporâneo, passando por grupos tarimbados, que investigam diversas formas de expressões do universo circense – como a Cia Kawa, ParaladosanjoS e Artierant´s -, o festival reafirma seu DNA ao também colocar no palco uma série de escolas e instituições locais que se dedicam às artes do movimento. Serão 6 dias de companhias profissionais e 3 dias de amadores, alguns grupos inclusive já trouxeram trabalhos em edições anteriores.
O primeiro final de semana, na 6ª feira, 12 de setembro (às 20h), abre com um espetáculo da casa. “Brindadeira… Brinquedo… Brincadança…” é uma obra produzida pelo “Grupo de Acrobacias e Aéreos do Pés no Chão”, dirigida pela arte-educadora Juliana Andrade. Com 75 crianças no palco usando as linguagens da acrobacia, dos aéreos, da dança e do teatro, a peça resgata as diversas formas do brincar, como esconde-esconde, pega-pega, bambolê e pular corda, para questionar o uso excessivo do celular durante a infância.
Já no segundo dia de festival, sábado, 13 de setembro (20h), o Ballet de Londrina traz “Graça”, coreografada por nada menos que Morena Nascimento, artista mineira que se graduou na Alemanha e integrou a Tanztheater Wuppertal, de Pina Bausch. Com classificação indicativa para 16 anos, o espetáculo traz um jogo de contrastes tropicalista e a multiplicidade desdobrável e criadora do feminino, que se transparece não só nos movimentos coreográficos como na voz e na postura artística de Gal Costa (a baiana Maria da Graça), que atravessa a trilha sonora em falas e canções.
No domingo, 14 de setembro (18h), é a vez de “Vida Boa”, da Cia Kawa, integrada pela especialista em acrobacias aéreas Mariana Maekawa, que atuou por 7 anos no Cirque Du Soleil, e pelo experiente acrobata e trapezista André Sabatino. A direção é de Tato Villanueva, artista que mescla a linguagem de circo, teatro e dança, na busca pela valorização da cultura latino-americana. Através de acrobacias aéreas com um móbile grande, criado exclusivamente para este espetáculo (inspirado nos móbiles do escultor e pintor norte-americano Alexander Calder), duo trapézio, tecido em gota, lira, monociclo elétrico com sobrecarga, a obra transporta o público para um mundo onde a maternidade e paternidade se tornam a maior das aventuras. No dia seguinte, o mesmo espetáculo será apresentado exclusivamente para escolas da cidade.
As apresentações do primeiro e do terceiro finais de semana acontecem no palco do Espaço Cultural Pés no Chão, produtor do evento. Já as do segundo final de semana ocorrem no Centro Cultural Waldemar Belisário e na fachada do prédio da Cadeia e Fórum, ambos na Vila. Informações mais detalhadas sobre cada espetáculo e sobre a programação completa até 27 de setembro estão disponíveis no site do Espaço Cultural Pés no Chão.
Em todos os espetáculos não será necessária a retirada de ingressos, sendo a entrada realizada por ordem de chegada. No Espaço Cultural Pés no Chão, o limite é de 186 pessoas e, no auditório do Centro Cultural da Vila, é de cerca de 600 pessoas. |

Sobre o Pés no Chão
O Espaço Cultural Pés no Chão é uma OSCIP que atua desde 2001 no desenvolvimento de projetos com crianças, adolescentes e jovens no município de Ilhabela, realizando a criação de produtos culturais, como espetáculos de teatro, dança e aéreos circenses, que são apresentados para a comunidade. Nesses mais de 20 anos, suas oficinas atenderam mais de 4 mil alunos, que entraram em cena no palco do Pés no Chão. Além disso, já promoveu aproximadamente 500 espetáculos profissionais e amadores, traçando um caminho importante de formação de plateia e de democratização cultural.
www.pesnochao.org.br
@pesnochao20