Por Renata Teixeira.

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta e essencial para a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Abriga nascentes, rios e florestas que garantem o abastecimento de água de grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro. As árvores desse bioma desempenham papel fundamental na regulação do ciclo hidrológico, armazenam carbono e ajudam a frear as mudanças climáticas. Além disso, são habitat de milhares de espécies da fauna e flora, muitas delas ameaçadas de extinção.
Preservar a Mata Atlântica é preservar a vida, a água, o clima e os direitos das futuras gerações. No entanto, um grave retrocesso ambiental ameaça esse patrimônio: o Projeto de Lei 364/2019, conhecido como “PL da destruição”. Ele propõe alterar a Lei da Mata Atlântica para permitir desmatamento em áreas hoje protegidas, facilitar a conversão de vegetação nativa para uso agrícola e isentar infratores de obrigações legais, inclusive em zonas urbanas.
Esse PL, se aprovado, enfraqueceria drasticamente os mecanismos de proteção da floresta, promovendo a degradação de solos, a contaminação das águas e o avanço de monoculturas e pastagens sobre áreas de alto valor ecológico. Com isso, perderíamos não apenas biodiversidade, mas também serviços ecossistêmicos essenciais para nossa sobrevivência, como a purificação da água e do ar, a estabilidade climática e a segurança alimentar.
A aprovação desse projeto seria um enorme retrocesso frente aos compromissos climáticos e à preservação dos nossos biomas. Em vez de destruir, o Brasil precisa investir em restauração florestal, agroecologia, pagamento por serviços ambientais e fortalecimento das unidades de conservação. A Mata Atlântica já perdeu mais de 85% de sua cobertura original — o que resta deve ser defendido com rigor, e não entregue à destruição.
Tome uma atitude: fale com seu deputado federal, envie uma mensagem ao seu senador, e ao presidente da república e diga NÃO ao PL da destruição. A sociedade civil organizada e as organizações do Litoral Norte estão mobilizadas e alertando sobre os riscos reais caso esse projeto seja aprovado. A sua voz também é essencial nessa luta.