Por Adriana Belintani.
Viver no litoral desperta bem-estar: o som do mar, a brisa fresca e a paisagem convidam ao descanso. Mas, na prática, quem mora ou trabalha à beira-mar sabe que nem sempre é simples conciliar esse cenário com a correria do dia a dia. Surge então a questão: é possível equilibrar produtividade e qualidade de vida no litoral?
A resposta passa pelo reconhecimento de que descanso não é luxo, mas direito. A Constituição Federal, no artigo 6º, inclui o lazer como direito social, e a CLT garante férias e descanso semanal remunerado. Ou seja, parar não é preguiça, é condição de saúde e trabalho digno. Pequenas rotinas, como caminhar pela praia antes do expediente ou reservar minutos para respirar, já reduzem estresse e ansiedade.
Trabalhar no litoral, porém, traz desafios específicos. Profissionais do turismo, comércio ou pesca enfrentam jornadas intensas, sobretudo na alta temporada. A Norma Regulamentadora nº 17 (Ergonomia) orienta que a organização do trabalho deve proteger a saúde física e mental, reforçando que pausas, limites e autocuidado são medidas de segurança.
Equilibrar não é escolher entre relaxar ou produzir, mas integrar ambos. Quando alinhamos trabalho e presença no ambiente, o litoral deixa de ser apenas cenário e se torna aliado da saúde mental. Afinal, mar, descanso e trabalho podem caminhar juntos — e a lei também apoia essa necessidade.
Adriana Belintani, advogada especialista em saúde mental no trabalho fundadora do Belintani Advocacia e Mindcore Consultoria.
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