Por Adriana Belintani.
Vivemos em um mundo barulhento, cheio de notificações e cobranças. Para quem mora no litoral, o contraste é evidente: o mar convida ao silêncio, mas o ritmo do trabalho insiste em acelerar. Valorizar pausas é mais que descanso, é estratégia de saúde mental. O silêncio não é vazio: é espaço fértil para recuperar energia, organizar ideias e aliviar tensões.
A ciência mostra que ambientes silenciosos reduzem o estresse e aumentam a concentração. Não por acaso, muitos descrevem caminhar na praia em silêncio como terapêutico. Esse benefício é pessoal e também profissional: trabalhadores mais equilibrados produzem melhor. O desafio é transformar essa consciência em prática, mesmo nas rotinas mais agitadas.
O direito à pausa também está previsto em lei. A CLT assegura intervalos durante a jornada e a NR-17 reforça a proteção à saúde mental. Silenciar não é luxo: é obrigação legal e social. Empresas que desrespeitam os intervalos comprometem direitos, a qualidade do trabalho e sua própria sustentabilidade.
O litoral ensina que o silêncio das ondas é tão necessário quanto o movimento das marés. Da mesma forma, nossa vida pede ritmo: trabalhar, mas também parar. Pausa não é improdutividade, é investimento em equilíbrio. Que possamos ouvir mais o mar — e dentro de nós, redescobrir o poder do silêncio.
Adriana Belintani, advogada especialista em saúde mental no trabalho fundadora do Belintani Advocacia e Mindcore Consultoria.
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