Por Adriana Belintani.
O litoral é sinônimo de descanso: areia, mar e sol para desligar. Mas quem chega esgotado do trabalho sabe que nem o paraíso silencia o cansaço. O burnout, reconhecido pela OMS, não desaparece na mala: acompanha corpo e mente e cobra pausas reais, não só troca de cenário.
A diferença entre descansar e apenas mudar de lugar está na qualidade das pausas. Muitos seguem conectados ao trabalho, respondendo mensagens e antecipando demandas. Essa “falsa folga” mantém a mente alerta e freia a recuperação. “Descansar não é luxo, é lei”. A Constituição garante o lazer como direito social; parar não é preguiça, é condição de saúde.
No litoral, desafio aumenta para quem atua no turismo e comércio, com jornadas extenuantes. A CLT e as Normas Regulamentadoras fixam limites e intervalos, reforçando que proteger a saúde mental é dever legal do empregador. Afinal, “produtividade sem equilíbrio é como remar contra a maré: você gasta energia, mas não chega longe”.
Férias e pausas não são privilégios, mas proteção à vida. O mar pode ser terapêutico, não substitui o direito de desligar do trabalho. Que o descanso seja prática real, para que o litoral deixe de ser cenário e vire fonte de equilíbrio.
Adriana Belintani, advogada especialista em saúde mental no trabalho fundadora do Belintani Advocacia e Mindcore Consultoria.
Instagram: @belintaniadvocacia
E-mail: [email protected]