A concepção de que a mulher deveria assumir uma posição de inferioridade em relação ao homem perdurou por muitos anos na sociedade. Os direitos que hoje possuem nem sempre foram uma realidade, deixando-as vulneráveis e desprotegidas. Infelizmente, resquícios do passado podem ainda ser encontrados nos dias atuais, uma vez que muitas são as mulheres vítimas de desrespeito, intolerância e até mesmo violência.
De forma revoltante, a problemática mencionada chega a atingir até mesmo a área da saúde – indo contrário à premissa de que todos os necessitados deveriam nela receber acolhimento e segurança. Como exemplo disso, pode ser citado o caso que aconteceu recentemente com Klara Castanho – atriz brasileira de 21 anos. Vítima de violência sexual, a menina engravidou e, mesmo possuindo o direito legal de abortar, prosseguiu com a gestação, tomando a decisão de entregar, posteriormente, a criança para adoção – processo esse que deveria ter sido mantido completamente em sigilo, não fosse pela ilegal violação de privacidade cometida por uma enfermeira. Após o infeliz ocorrido, a notícia se espalhou rapidamente pelas redes sociais, onde Klara foi vítima de violentos comentários, críticas e insultos, ilustrando o quão presente o machismo ainda se faz no Brasil e o quão as mulheres ainda são, de fato, suscetíveis a sofrer tamanha transgressão.
Por fim, pode ser feito o levantamento da seguinte pergunta: até quando? Até quando meninas deverão viver inseguras no mundo em que vivem? Incapazes de confiar até mesmo naqueles que supostamente deveriam protegê-las? A resposta pode não parecer tão evidente, afinal, a misoginia é enraizada, fruto de uma resistente sociedade patriarcal. É necessário perseverança; a luta pela reivindicação e cumprimento dos direitos da mulher deve ser reforçada, mantendo viva a esperança do futuro alcance de uma sociedade mais humana e igualitária.