O filme “Busca Implacável” –dirigido por Pierre Morel– retrata a história de uma adolescente chamada Kim. Ela é sequestrada por traficantes da máfia albanesa enquanto viajava pela França com uma amiga.
Ao demonstrar a quão perigosa é a situação de vulnerabilidade na qual muitos podem se encontrar, caso não tenham o devido cuidado, o filme consegue ir muito além do âmbito fictício, chamando atenção para um problema recorrente no Brasil: o tráfico de seres humanos – crime que pode ser incitado até mesmo pelas redes sociais.
O território brasileiro é notável por ser uma fonte de vítimas do tráfico de seres humanos, destinadas à prostituição forçada e ao trabalho escravo. A internet, inclusive, é uma facilitadora para que tais crimes ocorram, especialmente através da ação de predadores online, que acabam por fazer com que vários jovens se tornem vítimas deste “mercado humano” repugnante.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o Disque 100 recebeu –entre os anos de 2011 e 2019– 683 denúncias de tráfico humano em que as vítimas eram crianças e adolescentes. Assim, torna-se compreensível o porquê do filme “Megan is Missing” ter viralizado em 2020 na rede social “TikTok” – 9 anos após seu lançamento. A narrativa em estilo “found footage”, criada por Michael Goi, não conta somente com uma história perturbadora, mas sim representa o que passa a ser a realidade daqueles que, infelizmente, caem no golpe de indivíduos mal intencionados.
Logo, para que no futuro pessoas como Kim e Megan passem a ser somente fruto da ficção, é vital que diversas medidas de combate ao tráfico humano sejam tomadas. Primeiramente, seria de extrema importância que os pais conscientizassem seus filhos, desde cedo, sobre os perigos de contatar e passar informações pessoais a usuários desconhecidos nas redes sociais. As escolas –tanto públicas quanto privadas– deveriam organizar palestras e aulas destinadas ao debate de filmes sobre o assunto, procurando desta forma, alertar os alunos sobre os perigos da situação. Por fim, é certo que o Governo Federal faria bem em promover mais campanhas que visem o combate de tal crime, buscando, da mesma forma, arrecadar fundos de apoio a organizações que assistem vítimas sobreviventes do tráfico.