Idealizado pela Associação de Pescadores e Maricultores da Praia da Cocanha (MAPEC), a ação ‘Farol do Lixo’ é um evento inovador de Turismo de Base Comunitária (TBC) que vai além da conscientização sobre o lixo nos oceanos, iluminando o caminho para um futuro sustentável.
A ação de conscientização e limpeza, de praia, mangue, ambiente costeiro, ilhas e oceano acontecerá dia 22 de março, a partir das 08h, no rancho de pesca e base comunitária da praia da Cocanha, região norte de Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo.
O projeto foi idealizado com objetivos de chamar atenção sobre a poluição dos oceanos, tomar atitudes sustentáveis locais, dar exemplo por meio de boas práticas, que tenham impacto na conscientização de todos.
Para o coordenador do projeto, Eduardo Gigliotti, o Turismos de Base Comunitária (TBC) deve ser entendido como luta pela preservação do território, da memória e cultura da comunidade. “É imprescindível que esse tipo de turismo seja desenvolvido como atividade complementar às atividades primárias de pesca e maricultura possibilitando uma experiência única de turismo em ações e vivências protagonizadas pela própria comunidade.”
Mulheres da Comunidade
Sendo protagonistas de suas histórias e saberes, os caiçaras têm a oportunidade de transferir seus conhecimentos e gerar renda, por meio de atividades desenvolvidas pelo Turismo de Base Comunitária que teve início em 2019 na Comunidade Caiçara da praia da Cocanha.
As atividades de turismo receptivo e transmissão de saberes promovidas pela MAPEC, envolvem atividades além das tradicionais de pesca e maricultura.
As mulheres da comunidade tem papel fundamental nessas atividades, elas são responsáveis pela gastronomia local, pratos desenvolvidos com mexilhões da fazenda marinha e pescados, como o tradicional lambe – lambe (mexilhão com arroz e temperos), mexilhão no bafo (cozido), com molho, bolinhos feitos com farinhas de milho e mandioca, recheio de mexilhão ou peixe, os pratos foram desenvolvidos para geração de renda e melhor saída dos frutos do mar.
Os salgados são produzidos pela Dona Maria Estevam de Mattos Aires 70, mãe e esposa de pescadores, e maricultores, filha do senhor Pedro Estevam de Mattos falecido aos 90 anos, um dos fundadores do rancho de pesca da praia da Cocanha e Margarida Adolfo de Mattos.
Maria diz que os bolinhos de mexilhão passaram a ser feitos, para substituir o tradicional bolinho caipira com carne, que eram vendidos na extinta festa de São Pedro, que acontecia no bairro.
E a substituição da carne pelo mexilhão aconteceu pela demanda de criar formas para escoar a produção da fazenda marinha, além de ser mais um atrativo gastronômico local, e passaram a ser vendidos sob encomenda e também nas festas do mexilhão que passaram a acontecer no bairro.
“Colhemos o mexilhão no dia certo e gordo, não pode ser em dia de chuva, água tem que estar limpa, levamos para casa limpamos, preparamos e depois vendemos”. Complementa dona Maria.
Selma de Mattos prepara os saborosos pratos de Lambe – lambe, feitos no tacho com temperos arroz e mexilhão, “antes da (MAPEC) não tinha nada disso, agora aos poucos vamos evoluindo” comenta Mattos. A Selma ensina sua filha Juliana Alves da Costa, nos preparos dos pratos, passando os saberes tradicionais para gerações seguintes.
Serviço
Data: 22 de março (sexta-feira) – a partir das 08h
Local: Rancho de pesca e Base Comunitária da Praia da Cocanha