No último dia 10 de abril estive na praia da Cocanha, dia em que os quiosques voltaram a reabrir após a fase emergencial, e consequentemente, as praias voltaram a ter movimento de turistas. Quando cheguei, logo reencontrei pessoas que conheço há anos, e que esta-vam irradiantes com a volta aos trabalhos. Eram garçons, barmans, ajudantes de cozinha, guardadores de carro, ambulantes em geral, e o Sr. Manoel que conheço há 15 anos e vende sorvetes. Ele me falou: “Sabe Rodrigão, na próxima segunda eu já não ia ter nada pra comer.
Eu sou orgulhoso e não ia pedir cesta básica pra ninguém. Eu quero trabalhar. Nunca dependi de ninguém e sempre sustentei minha família com dignidade”.Fiquei emocionado em ver a alegria das pessoas que dependem da Praia para levar sustento para suas famílias.
Já os turistas (odiados muitas vezes pela população), veem para praia e gastam o “dinheirinho” movimentando nossa economia. Os Hotéis e Pousadas também foram muito afetados pela pandemia, mesmo sendo considerados serviços essenciais. E aqui, a única possibilidade da prestação de serviço é presencial. Hotel não tem como vender diária delivery, take a way ou drive thru. Os hotéis trabalham 24h e geram empregos diretos e indiretos.
Cada hotel consome uma infinidade de produtos e serviços terceirizados como: café da manhã, produtos de lavanderia, materiais de limpeza, descartáveis, alimentos e bebidas em geral, pro-dutos para piscina, manutenção predial, de jardim, elétrica, hidráulica, reparos em equipamentos eletrônicos, materiais de escritório, móveis e decorações. São muitos insumos, sem contar os estabelecimentos que têm lanchonete ou restaurante integrado no qual o consumo triplica.
A hotelaria movimenta muito a economia local. Portanto, quanto mais turistas tivermos hospeda-dos, maior o consumo em todo o comércio local. E os comerciantes dependem diretamente do nós para movimentar sua empresa. To-dos dependem de todos. E quem injeta o dinheiro é o Turista! Então é certo que dependemos do Turista para sobreviver. Os hotéis continuam seguindo os protocolos de biossegurança contra a Covid-19. Em pesquisa recente, o número de funcionários que testaram positivo foi baixo, pois são treinados para seguir os protocolos. Os clientes permanecem por mais tempo nos hotéis, visto que dormem, tomam café, curtem as áreas de lazer. Diferente de outros estabelecimentos, no qual permanecem por curto período.
A Hotelaria foi drasticamente afetada durante esse último ano, com taxas de ocupação baixas e amargando prejuízos ao longo do ano.Por essas e outras que o Turismo, se incentivado e potencializado, será o grande responsável pela rápida alavancada da economia e geração de empregos levando dignidade para muitas famílias. Como exemplo, pessoas que estavam sem trabalho durante dias com a praia proibida, e a partir do dia 10 com a praia “podendo ser frequentada”, tiveram o trabalho instantâneo. Precisamos de união do trade turístico, e juntos, criarmos ações inteligentes que tragam resultados imediatos mesmo em tempos de pandemia. O turismo não é o vilão e sim a solução!