Desde os primórdios do que hoje entende-se por sociedade, a educação passou por transformações significativas. O conceito em si surgiu durante a Grécia Antiga, fortemente caracterizada pela valorização de uma disciplina rígida, autoritária e que estimulava a competitividade entre os alunos. Desde então, diversos sistemas educacionais difundiram-se pelo mundo; sendo possível encontrar, nos dias atuais, muitas escolas com metodologias de ensino que variam, principalmente, de acordo com país para país. Logo, tendo isso em vista, será feita a seguir uma análise das instituições escolares de dois lugares muito distintos: Brasil e Dinamarca.
No Brasil, o método de ensino predominante é o denominado “tradicional”. Nele, o aluno assume uma posição mais passiva, recebendo conhecimento através de aulas expositivas, conteudistas, e puramente focadas na realização regular de exames padronizados. A independência não é algo oferecido aos estudantes em abundância, pois sempre existe alguma forma de controle com a qual devem conviver, seja em relação à entrada e saída da escola, vestimenta, ou até mesmo posicionamento em sala de aula. É muito comum, inclusive, encontrar jovens – principalmente nas redes sociais – que comparam suas escolas com prisões, o que somente reforça a ideia de como grande parte das instituições educacionais brasileiras não contribuem para o desenvolvimento da autonomia dos jovens que as frequentam.
Contudo, tal cenário muda completamente, por exemplo, na Dinamarca – um país europeu nórdico reconhecido por sua educação de altíssima qualidade. Nas escolas dinamarquesas, os alunos são encorajados a ser mais ativos em sala de aula, desenvolvendo criatividade e independência para que busquem conhecimento. Não há a preocupação constante com testes examinatórios, pois estes ocorrem somente uma vez ao final do ano escolar. As aulas, apesar de longas (com duração de 1 hora e meia cada), não são maçantes, pois os alunos têm a oportunidade de retirarem-se diversas vezes da sala de aula para a realização de atividades, pesquisas, ou somente para socializar com os colegas. Não há um controle de entrada e saída nas escolas, sendo a decisão de quando ir para casa feita puramente pelos estudantes; o que acaba por contribuir com o desenvolvimento do senso de responsabilidade. Porém, o mais interessante é que, a partir do momento em que entram no Ensino Médio, todos os estudantes passam a receber um “salário” para ir à escola, com valores que variam, aproximadamente, de 1 mil até 5 mil reais, algo que demonstra o quão extremamente valorizada a educação é no pais.
Por fim, é importante ressaltar que não se pode definir uma metodologia de ensino como “certa” ou “errada”. Todavia, é possível questionar o quão eficazes estas são no quesito de preparar e encorajar os jovens a se tornarem cidadãos ativos, capazes de solucionar com competência e criatividade os futuros problemas que possam surgir na sociedade. O quão aproveitável o conteudismo se torna quando nenhum elemento deste é aplicado em prática? Será que os estudantes brasileiros estão sendo preparados para enfrentar os futuros desafios no mundo? Estamos caminhando em direção ao progresso?