Já falei anteriormente sobre a situação dos animais de estimação em Caraguatatuba. Era e continua cada vez mais deplorável. O quadro que antes era de abandono – ninhadas inteiras jogadas nas ruas e matagais para morrer à própria sorte – agora também se reflete nas casas das pessoas mais humildes, onde falta o pão, falta à ração.
Com a pandemia, a situação financeira de muitas famílias se tornou insustentável; com isso animais foram descartados e outros muitos, passam fome junto com seus donos. Em uma cidade com uma administração justa, sensível, as pessoas seriam assistidas em suas vulnerabilidades, mas não é o que acontece em Caraguatatuba.
Como disse, animais são abandonados em uma atitude desesperada de seus donos. Muitos morrem atropelados, adquirem zoonoses, brigam com outros e acabam feridos. Onde deveriam estar? Em um lar, em um abrigo.
As ONGs (Organizações Não Governamentais) e protetoras da cidade fazem o que podem para resgatar esses animais, porém, são poucas para tanta necessidade. São pessoas que por amor resgatam os animais, levam em clínicas veterinárias particulares, pagam medicamentos e batalham lares temporários. Por outro lado, fazem rifas, bazares, aceitam doações. É um trabalho imenso e digno de todo reconhecimento.
Porém, o correto seria um empenho do poder público em resolver a situação, mas o Centro de Controle de Zoonoses está sucateado, com poucos funcionários. Pelo que apuramos ainda há apenas um veterinário cuidando de todos os animais e um fiscal para as demandas de maus-tratos de toda a cidade. Pouquíssimos funcionários e lotação máxima de animais.
Em nossas andanças por Caraguá, soubemos do surto de esporotricose em gatos no Sumaré e outros bairros que vem dizimando muitos animais abandonados, de rua, mas também outros que foram contaminados dentro da casa de seus donos. São muitas histórias de cães que adoecem passeando na rua com seu dono, sem saber que há um animal contaminado por perto.
A cidade precisa de um plano sério de castração, para parar o crescimento desenfreado de abandonados. Precisa cuidar melhor dos bichinhos doentes, abandonados e promover campanhas em larga escala de adoção. Eles precisam e merecem uma segunda chance.
Em 11 de junho de 2019, por unanimidade, a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei de autoria do Vereador Carlinhos da Farmácia, com o qual se buscou o enfrentamento desta questão. Porém, a iniciativa até agora não foi prestigiada, e ao que parece, a política de desdém continua. E não se sabe até quanto continuará!