Em meio a tantas crises de um “Mundo Moderno”, uma em especial chama muito a atenção. Em que pesem as crises econômicas, políticas, sanitárias e humanitárias, hoje trataremos sobre a crescente crise da EMPATIA.
Empatia por definição, trata-se da capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente e de querer o que ela quer. Em resumo, poderíamos dizer que ter empatia é se colocar no lugar do outro.
Com origem no termo em grego empatheia, que significava “paixão”, a empatia pressupõe uma comunicação
afetiva com outra pessoa e é um dos fundamentos da identificação e compreensão psicológica de outros indivíduos.
No tal “Mundo Moderno” que vivemos, as nossas dificuldades financeiras e econômicas, a correria do dia a dia e nossos problemas pessoais em geral, nos tornam seres extremamente individualistas e crédulos de que nossos problemas são sempre maiores do que os do próximo.
Criamos e tornamo-nos parte de uma sociedade egocêntrica e cruel, onde um “ingrediente em especial” dessa receita, desanda ainda mais este indigesto “prato social”; A falácia da Meritocracia.
O pensamento e movimento liberal, que nos últimos anos ganhou milhares de adeptos pelo Mundo, vem contribuindo de forma bastante negativa para a atual crise da Empatia que vivemos.
A doutrina ultraliberista além de rejeitar a figura de um Estado forte no cotidiano CLASSIFICADOS das pessoas e sociedades, reforça o estereótipo da igualdade, sem no entanto levar em consideração as diferenças individuais e sociais.
Tal conceito, além de demasiadamente simplista e perverso, traz consigo a falácia de que cada indivíduo é unicamente responsável por seu sucesso ou fracasso, desconsiderando assim, fatores como Classe Social, oportunidades, poder financeiro, estrutura familiar, etc.
Aqueles que defendem o liberalismo notadamente o econômico, fingem não saber que os 1% mais ricos detém mais capital acumulado que os 99% restantes somados da população mundial. Ignoram ainda o
fato de que desses 99% mais pobres, apenas 2% conseguem uma mobilidade social e ascensão financeira ao longo de suas vidas.
Sendo assim, aqueles que por algum infortúnio, por alguma situação excepcional ou apenas por má sorte mesmo, não conseguem lograr êxito financeiro ou pertencem a algum grupo minoritário, são automaticamente taxado como preguiçosos, vagabundos e marginais.
Raramente conseguimos nos colocar no lugar daqueles que passam por dificuldades ou sofrem algum tipo de preconceito. Assim preferimos julgar, sentenciar e maldizer todos os que não se enquadram no “padrão” idealizado por uma sociedade hipócrita e cruel.
Infelizmente é perceptível o quanto estamos falhando como sociedade organizada e como seres humanos. Precisamos urgentemente voltar a dar mais espaço para o amor e para a compaixão, lembrando sempre que “mimimi” é a dor que não dói na gente