Uma discussão ancestral e atemporal, que permeia conversas em botecos regadas a cervejas geladas e porções de azeitonas, bem como debates acadêmicos entre filósofos, economistas e financistas.
Para Angusto Deaton, economista britânico, prêmio Nobel de Economia em 2015, a resposta é SIM e NÃO. Para Deaton, “o dinheiro não necessariamente traz felicidade, mas a falta dele pode acentuar a angústia de quem já não anda muito animado”. Deaton, chama a atenção ainda, sobre a diferença entre bem-estar emocional e avaliação de vida, sendo que o bem-estar refere-se a sensações do cotidiano, como alegria, tristeza, raiva e estresse. Já a avaliação de vida, é a leitura “de fundo” que o indivíduo faz sobre si mesmo.
Obviamente que, quando suficiente para sanar e saciar as necessidades fisiológicas, de segurança e sociais, com bons Alimentos, boa Saúde, boa Educação, um bom Carro, uma boa Moradia, boas Viagens…, o dinheiro cria a sensação de bem-estar.
A grosso modo, o “dinheiro na medida certa” e de certo modo, traz SIM a felicidade. Senão vejamos: – Quem não gostaria de acordar sem qualquer preocupação financeira? Dedicar mais tempo a Arte, a Cultura, ou quem sabe conhecer o Mundo? Quem em sã consciência não ficaria feliz e satisfeito em ter acesso a excelentes Hospitais, Médicos, Escolas, Restaurantes, etc.?
Tais necessidades supracitadas, são descritas na Pirâmide de Maslow, que por sua vez trata a ideia de que os seres humanos vivem para satisfazer as suas necessidades, com o objetivo de conquistar a sonhada autorrealização plena, dentro de uma hierarquização dessas necessidades ao longo da vida, sendo elas: Sociais, Segurança, Social, Estima e no topo, as Realizações Pessoais.
Percebe-se então, que o dinheiro pode ser um condutor, porém não o garantidor da felicidade.
Então, se o dinheiro traz a sensação de bem-estar, estudos demonstram que sua falta, bem como o excesso, de maneiras diferentes, trazem inúmeros malefícios.
Quanto a falta, parece-nos óbvio. Se as necessidades descritas na Pirâmide de Maslow, não são atendidas ao menos em seus primeiros três estágios (fisiológicas, segurança e sociais) dificilmente o ser humano gozará de bem-estar, tampouco de felicidade.
No tocante ao excesso, Daniel Kahneman, também vencedor do Nobel de Economia, em 2002, desenvolveu um estudo demonstrando que: “aumentar a renda indefinidamente não aumenta a felicidade indefinidamente”; aliás muito pelo contrário. Em geral, pessoas com grandes fortunas, vivem preocupadas e estressadas, por darem demasiado valor aos bens materiais. Normalmente perdem a noção de realidade, vivendo em suas bolhas capitalistas e materialistas, que roubam-lhes a essência da humanidade e da felicidade.
Enfim, como dizia Paracelso (médico e físico do séc. XVI) a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.