O jogo “Life is Strange”, desenvolvido pela indústria de videogames Dontnod Entertainment, aborda um conceito conhecido como Efeito Borboleta, no qual é introduzida a ideia de como qualquer minúscula decisão pode alterar completamente o rumo da vida de alguém. Ao final da história, a personagem Max Caulfield encontra-se em um dilema, podendo escolher entre salvar sua cidade de um furacão – cujo aparecimento ocorreu em virtude das escolhas que fez ao usar seus poderes de viajar no tempo – ou salvar a vida de sua melhor amiga Chloe Price, que estava fadada à morte desde o princípio. Assim, o jogo demonstra o quão poderosas as escolhas podem ser.
Fora do contexto fictício, porém ainda assim filosófico, vale ressaltar que o ato de tomar decisões acaba correlacionando-se com a questão de perspectiva individual, quebrando a noção de adjetivação imutável atribuída a certos elementos – tal como a definição de “bom” ou “mal”. Um paradoxo, escolhas podem libertar o ser humano, ou aprisioná-lo em suas falsas premissas. Mas como determinar uma “falsa premissa” se o conceito de “falso” também pode mudar de acordo com o ponto de vista de cada indivíduo? A resposta é inconclusiva; um mistério, dando origem à um “looping” de pensamentos que interligam-se e, ao mesmo tempo, excluem-se.
August Pullman, personagem do livro Extraordinário – escrito por R. J Palacio –, atua como exemplo de alguém que escolheu transformar o modo como encara a situação em que vive. Por conta de uma deformidade facial, os colegas de sua escola não tinham coragem de se aproximar dele, fazendo também com que fosse frequentemente vítima de bullying. Todavia, ao invés de desistir de frequentar a instituição por ser um lugar “ruim”, ele escolheu enxergá-la como algo que lhe daria forças e o tornaria um ser humano mais resiliente no futuro. As escolhas, portanto, constroem caminhos e ramificam consequências.
Como o físico Isaac Newton afirmou em sua terceira lei, “para toda ação há uma reação oposta e de igual intensidade”, dessa forma, mesmo que seja natural do ser humano tomar decisões de forma inconsciente, é preciso lembrar que cada ação gerará um resultado futuro, podendo este ser interpretado como positivo ou não. Assim, seja através do pensamento de físicos, filósofos ou até mesmo de um jogo de história interativa, torna-se evidente que não é possível escapar do “efeito borboleta” – parte fundamental da Teoria do Caos.