Uma realidade cada vez mais comum no Brasil é a de empreendedores que se sentem desmotivados com seus negócios quando eles não prosperam em um curto espaço de tempo. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 20% das empresas empregadoras encerram as atividades no primeiro ano. Em contrapartida, apenas 37,3% dos negócios continuaram ativos após cinco anos.
Entre as dúvidas que permeiam a mente de muitos empreendedores prestes a desistir, as mais significativas são as seguintes: Existem sinais claros que apontam para o encerramento de uma empresa? Quando saber se chegou o momento de tirar o time de campo? Quem irá desmistificar certas teorias e reafirmar outras é o engenheiro do ITA, CEO do grupo Vitae Brasil e mentor empresarial, Luis Namura.
O especialista tem uma visão bastante clara a respeito do assunto: “É necessário pensar em encerrar quando percebe que o negócio deixou de ser um ativo e passou a ser um passivo emocional e financeiro. Ou seja: quando você coloca mais energia, tempo e dinheiro do que recebe em troca, sem perspectiva clara de virada. Mas atenção: isso não se mede por um ou dois meses ruins, e sim por tendências consistentes”, pondera.
Fique atento aos principais sinais de alerta:
- Mercado inviável ou saturado – não há demanda real, ou conquistar clientes custa mais do que eles trazem de retorno.
- Produto sem diferencial – o cliente não vê motivo para escolher você além do preço.
- Caixa no vermelho contínuo – meses seguidos sem lucro e sem perspectiva de virar o jogo.
- Perda de propósito – você já não acredita mais no negócio.
- Dificuldade de adaptação – mudanças no mercado ou tecnologia tornam seu modelo obsoleto.
- Feedback negativo constante – mesmo após ajustes, o cliente mostra que não quer.
Porém, Namura orienta que antes de decidir, é importante diferenciar turbulência de queda livre, já que todo negócio passa por altos e baixos. “Muitas vezes, não é hora de fechar, mas de pivotar, mudando a rota. Por isso, analise os números friamente, sem deixar apenas as emoções falarem, e busque o olhar de mentores externos, que podem enxergar com clareza aquilo que você não consegue ver no calor da operação”, enfatiza.
Quem acompanha o mercado corporativo já se deparou inúmeras vezes com o termo “fail fast” (falhar rápido). Uma abordagem cada vez mais adotada — especialmente em startups — é que recomenda testar, medir e aprender o mais cedo possível. Se algo não funciona, melhor parar cedo e cortar as perdas do que investir tempo e recursos em um caminho sem retorno. Embora Namura concorde com essa teoria, faz uma ressalva bastante significativa: “A mentalidade do fail fast é extremamente valiosa porque te obriga a tirar a ideia da cabeça e colocar no mundo real o quanto antes. Em vez de gastar meses lapidando um plano perfeito (que nunca existe), você testa rápido, mede resultados e aprende com o que deu certo e com o que deu errado. Quanto mais cedo o erro aparece, mais barato ele custa. Mas não é só falhar rápido: é falhar pequeno. Esse é o complemento que sempre faço. Ou seja, em vez de apostar todas as fichas de uma vez, o empreendedor precisa rodar experimentos controlados, investir pouco, validar hipóteses, sentir o mercado. Isso reduz o tamanho do tombo e aumenta a velocidade do aprendizado”, explica Namura.
Namura também tem plena convicção de que saber a hora de desistir também é uma habilidade; e das mais difíceis. Porque não envolve só números, mas sentimentos: apego, orgulho e até medo do julgamento dos outros.
“Desistir, quando no tempo certo, não é sinal de fraqueza, mas de maturidade estratégica. É aplicar a lógica de errar rápido e pequeno: cortar as perdas cedo, aprender com a experiência e liberar energia para o próximo passo. É importante lembrar que mudar de direção não é fracassar. Fracasso é insistir por muito tempo em algo que já mostrou não ter futuro”, argumenta o especialista.
E, diferentemente do que muita gente pensa, não é porque um negócio não deslanchou que o empreendedor deve desistir. O fracasso muitas vezes é um indicador importante para ele reavaliar erros que cometeu no passado. O próprio Namura, que carrega na bagagem centenas de empresas fundadas em mais de três décadas de trabalho, já teve que recalcular a rota em vários momentos de sua jornada e conta um resumo de como foi parte dessa experiência: “Muitas vezes, é apenas um sinal de que o timing estava errado. O erro, nesse caso, não deve ser encarado como fim, mas como feedback poderoso para ajustar a rota. Eu vivi isso com um lançamento de um produto inovador na área educacional, investimos tempo, energia e recursos, mas o mercado ainda não estava pronto. O resultado foi frustrante: parecia um fracasso. Só que, olhando em retrospecto, entendi que o problema não estava no conceito, mas sim na antecipação. Eu havia colocado no ar uma solução antes do tempo. Anos depois, quando a tecnologia amadureceu e o público passou a demandar exatamente aquilo, a mesma ideia, com alguns ajustes, se tornou um sucesso. O erro inicial foi o preço que paguei para estar pronto quando o mercado estivesse preparado”, analisa.
Muitos de nós conhecemos outros empreendedores que, ao encerrarem um negócio no qual apostaram todas as fichas, decidem viver um ano sabático em busca de respostas e até para se planejarem para o futuro. Porém, o isolamento tende a não ser uma ferramenta sadia nesses casos. Namura contextualiza esse momento tão delicado: o isolamento total raramente é recomendado. Claro, tirar um tempo para respirar, refletir e reorganizar a vida faz bem. O problema é transformar isso em um exílio. O empreendedor que se afasta completamente do mercado perde justamente o que mais precisa nesse momento: novas conexões, informação e oportunidades. Eu costumo dizer: tire um tempo, sim, mas não se desligue do mundo. Use esse período para estudar, viajar, conversar com mentores, frequentar eventos, conhecer novas realidades. É desse movimento que surgem os insights e as sementes do próximo negócio”, conclui o mentor empresarial.
E se mesmo assim você continua cheio de questionamentos, talvez seja o momento de se aprofundar ainda mais nesse universo tão amplo que envolve o mundo dos negócios. O Namura está oferecendo um desconto especial para os leitores dos veículos parceiros no seu mais recente infoproduto, o método “XEQUE-MATE”, que ensina como ser um empreendedor exponencial. Basta acessar o LINK.