Por Adriana Belintani.
O Agosto Lilás marca a campanha de conscientização e combate à violência contra a mulher. Mas esse não pode ser um tema restrito a um mês do ano. A violência física, psicológica ou moral ultrapassa a vida pessoal e impacta diretamente o trabalho, a saúde mental e a dignidade de milhares de mulheres. Ignorar esse problema é permitir que o ciclo de silêncio continue.
A Lei Maria da Penha, reconhecida mundialmente, trouxe mecanismos de proteção e abriu espaço para que empresas também atuem. Ambientes que acolhem, orientam e oferecem suporte ajudam mulheres a reconstruir autonomia. Já os que fecham os olhos reforçam medos e perpetuam desigualdades.
No litoral, muitas mulheres trabalham em atividades sazonais, no turismo e no comércio, enfrentando jornadas intensas e dependência econômica. Sem informação e apoio, denunciar torna-se ainda mais difícil. A informação, junto com redes de acolhimento, é ferramenta essencial para romper o ciclo.
O Agosto Lilás nos lembra da urgência, mas a luta precisa continuar em todos os meses. Falar de violência contra a mulher é falar de trabalho digno, saúde mental e respeito. Nenhuma mulher deve escolher entre sobreviver e trabalhar em paz.
Adriana Belintani, advogada especialista em saúde mental no trabalho fundadora do Belintani Advocacia e Mindcore Consultoria.
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