Por May Martins.
Quando falamos em traição, a primeira imagem que vem à mente costuma ser a de um rompimento de confiança no presente, um relacionamento amoroso, uma amizade ou até uma parceria profissional que nos decepcionou. Mas, na visão emocional e sistêmica, essa dor muitas vezes começa muito antes do fato que a despertou.
A ferida da traição pode estar enraizada em experiências passadas, até mesmo na infância, quando você se sentiu enganada, desamparada ou trocada por outra pessoa ou situação. Pode vir de promessas não cumpridas por figuras de referência, da sensação de que o amor era condicional ou de que alguém que você amava não esteve presente quando você mais precisava.
No campo sistêmico, essa dor também pode carregar memórias do sistema familiar, histórias de infidelidade, segredos ou quebras de lealdade que se repetem inconscientemente de geração em geração. O corpo e o coração reconhecem esses padrões, mesmo que a mente não compreenda de onde eles vêm.
Quando não olhamos para essa ferida, ela pode nos levar a viver em constante estado de vigilância, dificultando a entrega, o amor e a construção de relações saudáveis. O caminho de cura passa por reconhecer essa dor, devolver o que não é seu e reconstruir, passo a passo, a capacidade de confiar, primeiro em si mesma e, depois, no outro.
Curar a ferida da traição não é esquecer o que aconteceu, mas sim libertar-se do peso de precisar carregar essa história para sempre. É escolher viver com o coração aberto, mesmo sabendo que ele é vulnerável, porque é na vulnerabilidade que a verdadeira conexão nasce.
May Martins é terapeuta, estudiosa do comportamento humano há quase uma década, com a missão de conscientizar sobre inteligência emocional entre o público feminino, com abordagens profundas e olhar integrativo ao ser mulher na sociedade contemporânea. Se deseja saber mais sobre imersões e cursos, acesse o Instagram @maymartin.s ou entre em contato: (11) 98552-5088.