Secretaria de Comunicação Social – PMC.
A exibição do documentário “Caraguá! Essa cidade também é surf” reuniu vários usuários da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso (Sepedi) e Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência e ao Idoso (Ciapi) para uma imersão na história de Caraguatatuba contada pelas lentes do surfe.
Durante a sessão, além da exibição gratuita, o público pode aproveitar pipoca e refrigerante, o que tornou a experiência mais divertida.
Produzido e dirigido pelo surfista e educador físico Luciano Sant’anna, o filme trouxe um resgate além das pranchas de surfe, um olhar sobre o desenvolvimento da cidade e da cultura.
O longa-metragem, com cerca de 1h30 de duração e classificação livre, foi construído ao longo de um ano e quatro meses e reuniu entrevistas com surfistas pioneiros e atuais, cenas raras de festivais, campeonatos e registros históricos. Parte das imagens foi resgatada de fitas VHS e filmes Super 8. O projeto é fruto de incentivo da Lei Paulo Gustavo, com apoio do governo municipal, da Fundacc e do Conselho Municipal de Política Cultural de Caraguatatuba (CMPCC).
Segundo Luciano Sant’anna, a ideia surgiu depois das exposições do Caraguá Surf Legends. “Foi quando ouvi muita gente dizer que ver aquelas fotos fazia passar um filme na cabeça. Então eu pensei, por que não transformar isso num filme de verdade?”, contou. “A pesquisa começou há mais de 20 anos, e a lei de incentivo foi o empurrão que faltava.”
A proposta, segundo o realizador, foi dar visibilidade tanto ao surfe, como à identidade cultural de Caraguá. “Mostramos cenas da cidade nas décadas de 60 e 70, e até a canoa do pescador ‘pegando’ onda. É cultura caiçara em movimento”, resume.
Mas o destaque ficou por conta dos depoimentos de moradores e usuários da unidade que viveram de perto as transformações da cidade.
José Lourenço Neto, 71, trouxe lembranças de um tempo em que Caraguatatuba era diferente. “Isso aqui onde nós estamos não tinha casa, não. Era um barraquinho de madeira. Só mato, coqueiro, pele de coco…”, relembra. Sobre o surfe, diz ter vivido o período antes mesmo de entender o que era. “Via os jovens surfando, surfando… só que eu não sabia nem o que era. Foi uma época boa.”
Já Nivando Portela, conhecido principalmente por Portela, 74, lembrou o início da ocupação urbana. “Caraguá cresceu demais… era tudo terra, sabe?”, comenta. Ele passou a infância em São Paulo, mas sempre voltava à cidade. “Todo fim de ano eu pegava férias e vinha pra cá. É a cidade do desenvolvimento e com as praias para aproveitar e relaxar.”
Com imagens de Rafael Roveran e Marçal Leme, edição e arte de Marcus Cardoso, o documentário também foi exibido no Cinema Centerplex do Serramar Shopping, em uma sessão aberta ao público.