A nova linha de pesquisa do MPE foi iniciada em agosto deste ano e é fruto de uma parceria da UNITAU com o Instituto Canoa que é responsável, no Brasil, pelo Programa de Especialização Docente (PED Brasil). O PED Brasil é vinculado ao Programa de Formação de Professores da Universidade de Stanford – Stanford Teacher Education Program (STEP) – e é uma iniciativa do Lemann Center for Educational Entrepreneurship and Innovation in Brazil, localizado na Stanford Graduate School of Education, e desenvolvido em parceria com o Instituto Canoa junto a Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras.
A UNITAU é a primeira IES parceira a oferecer o PED Brasil na modalidade de Mestrado Profissinal. A Profa. Dra. Ana Maria Gimenes Corrêa Calil, que integra o corpo docente do MPE e é uma das idealizadoras da linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas para a Equidade”, conta que ao conhecer a metodologia internacional do Programa de Especialização Docente logo identificou a afinidade entre ele e o Mestrado Profissional em Educação da UNITAU, como a proposta de gerar mudanças práticas no campo de atuação do professor.
“A envergadura do curso [do PED] é muito grande e achamos que ele não deveria ser uma especialização. Então, fizemos essa proposta ao Instituto Canoa e à criadora do curso, Rachel Lotan, da Universidade de Stanford, de que aqui [na UNITAU] ele se tornasse um mestrado. E ela concordou. O curso que conhecemos no Instituto Canoa, que atende as universidades estaduais e federais do Brasil inteiro, no nosso projeto se tornou pioneiro”, afirma a professora Ana Maria.
À ocasião da aula inaugural, a responsável pelo PED, Profa. Dra. Rachel Lotan, da Universidade de Stanford, enviou um vídeo aos professores-mestrandos e falou da iniciativa pioneira da Universidade de Taubaté.
“Vocês fazem parte da primeira turma na rede PED em que professores irão receber um título de mestrado. A sua Universidade, a UNITAU, é a primeira a oferecer esse mestrado aos professores. É por isso que digo que vocês serão pioneiros”, afirmou Rachel Lotan no vídeo gravado especialmente para os professores do novo mestrado.
Transformando a Educação
Os 41 professores, que atuam em escolas estaduais da região no ensino da Matemática, foram contemplados com bolsa de 100%, financiada pelo Instituto Canoa, via BNDES, e Fundação Lucia e Pelerson Penido (FLUPP).
A professora Ana Maria afirma que os alunos da Educação Básica costumam ter desempenho frágil em Matemática nos exames de grande escala no Brasil. Daí a ideia de oferecer o mestrado para docentes da disciplina.
“Além de promover uma transformação no ensino da Matemática, a ideia é promover o ensino com equidade, com justiça social, para que ninguém fique para trás, para que ninguém tenha menos atenção no sistema educacional. Então, a proposta de ‘Práticas Pedagógicas para Equidade’ vem nesse sentido, de melhorar a equidade e a aprendizagem no ensino dessa disciplina e com justiça social”, afirma a professora.
Um dos caminhos apontados pela pesquisadora do MPE é a valorização de todos que estão dentro da sala de aula. Assim, a proposta dessa metodologia é que no trabalho em grupo, por exemplo, cada um tenha um papel e o grupo só termina a atividade quando todos terminam. Outro ponto de destaque presente nas reflexões é que um indivíduo não tem todas as habilidades, mas pelo menos uma. Então, cada pessoa tem uma importância no processo de aprendizagem.
“Cada pessoa deve ser valorizada no sentido integrado, holístico, da palavra. Não com uma visão cartesiana, de que ela tem que compreender a Matemática e ponto. Mas quem é o ser humano que está ali na minha sala de aula? Ele merece respeito, ele merece atenção, ele merece valorização. Então, ao mesmo tempo que valorizo os meus estudantes, eu também valorizo a postura do professor, que também é uma pessoa e que está atento a todos esses movimentos”, explica a professora.
Maria Auxiliadora Massote Resende Silva é professora de Matemática nos anos finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano) na cidade de Cruzeiro. Ela é uma das bolsistas da nova linha do MPE e conta que, assim que descobriu o projeto, fez uma pesquisa e logo se apaixonou pela possibilidade de fazer o Mestrado.
“Já estou aplicando o que estou aprendendo no Mestrado, que consiste em pesquisar a minha própria prática. Estou trabalhando desta forma e está me auxiliando muito. Registro num diário minhas atitudes, as atitudes dos alunos, da escola e, daqui a algum tempo, vou ter como fazer uma análise e, cada vez mais, melhorar como educadora. Espero sair do Mestrado uma profissional melhor, uma pessoa melhor e aprender muito. Tenho certeza que vai trazer muita coisa boa”, afirma Maria Auxiliadora.
Na avaliação da Profa. Dra. Ana Maria Gimenes Corrêa Calil, a nova linha de pesquisa do Mestrado Profissional em Educação dará ainda mais visibilidade para o programa da UNITAU.
“Conseguimos contemplar educadores de vários municípios do Vale do Paraíba e de Salto-SP, de diversas escolas, dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, além de alguns dos anos iniciais que também trabalham o ensino da Matemática nas salas de aula. A expectativa é que o Mestrado traga frutos para a prática dentro das salas de aula, das escolas e que eleve os níveis de aprendizagem e de autoestima dos estudantes, na medida em que valoriza a equidade, a diversidade e a justiça social”, afirma Ana Maria.