Como se estivesse passando por parques, ruas, bares, entre outros ambientes do cotidiano, público é conduzido por guias com deficiência visual pelas salas escuras e estruturadas para que tenham as sensações de cheiro, temperatura, som e textura
Em meio a uma sociedade pautada nos recursos visuais e pronta para os que enxergam, como seria mergulhar em um universo sem poder ver? Isso é o que propõe a exposição Diálogo no Escuro, projeto criado pela Dialogue Social EnterpriseTM, da Alemanha. O projeto já passou por 47 países e mais de 170 cidades, recebendo um público de mais de 10 milhões de pessoas. No Brasil, em todas as edições, mais de 200 mil visitantes já foram guiados na escuridão completa.
A temporada atual estreou em agosto de 2022, com grande sucesso de público e crítica, e, após quase um ano de exibição, continua atraindo um grande público interessado em viver uma experiência tão diferente, além de escolas públicas e particulares, faculdade e instituições. A realização é da Calina Projetos e da Unibes Cultural, que é o espaço onde acontece a exposição, na capital paulista, ao lado do metrô Sumaré.
Diálogo no Escuro é uma experiência de diversidade, inclusão e empatia e ainda promove conexão e integração. Durante a exibição, o público tem a oportunidade de vivenciar o IN-visível. Conduzidos por guias com deficiência visual, em uma inversão de papéis, os grupos caminham por salas escuras e estruturadas para que tenham as sensações de cheiro, temperatura, som e textura como se estivessem passando por parques, ruas, bares, entre outros ambientes do cotidiano. Durante o trajeto, os participantes podem interagir com os guias para tirar dúvidas ou saberem mais sobre a rotina de um deficiente visual nos grandes centros e desta forma quebrar barreiras e preconceitos.
“O objetivo do projeto Diálogo no Escuro é mostrar para o ser humano que o impossível não existe e que nós determinamos nossos próprios limites. Promove ainda a coexistência e a diversidade, por meio do encontro, experiência e diálogo entre diferentes grupos. Depois da experiência, o público certamente passará a notar ao seu redor, a acessibilidade de espaços e serviços onde vive”, reforça Andrea Calina, realizadora da Exposição. Seu sócio, Luiz Calina, completa que “a experiência gera uma conexão em 3 níveis: (a) com você mesmo, nos momentos de reflexão; (b) com o seu grupo, que pode ser de amigos ou pessoas totalmente desconhecidas; e (c) com seu guia, uma Pessoa com Deficiência, portanto o ‘outro’, a pessoa diferente de você, mas que também poderia ser outro gênero, orientação sexual, raça ou idade”.
Atitudes como empatia, naturalidade e bom humor nas relações com PCDs são muito importantes para manter a autoconfiança e ajudar a vencer desafios. Na exposição, os visitantes estarão no escuro, com sua bengala, guiados por uma pessoa que vive no escuro. Ou seja, uma inversão de papéis. “A experiência é transformadora. Eu nunca fui tão deslocada do meu lugar de alguém que enxerga. A gente consegue ler o mundo com muita naturalidade”, afirma uma visitante.
Para esta edição, a exposição conta com o patrocínio de Meta, Getnet , John Deere, Aon, Mattos Filho, Tecnoset e Barilla.
Alguns registros muito interessantes da Exposição estão aqui:
https://www.tiktok.com/@arape.malik/video/7218421368260431110
https://www.tiktok.com/@rolecomrenan/video/7239112534647655686