Pro Contest 2023 já abriu a penúltima etapa da temporada 2022/2023 da WSL Latin America, mas apenas as quatro baterias da primeira fase foram realizadas na terça-feira em Fernando de Noronha. As previsões indicam que vai dar altas ondas nos próximos dias, prometendo tubos de 6 a 10 pés na Cacimba do Padre, então a segunda fase ficou para abrir a quarta-feira. A primeira chamada foi marcada para as 8h00 no arquipélago pernambucano, 7h00 no fuso de Brasília e o show de surfe pode ser assistido ao vivo pelo site da WSL
Três brasileiros que já fizeram parte da elite mundial que disputa o World Surf League (WSL) Championship Tour (CT), estrearam na primeira fase do Hang Loose Pro Contest e todos começaram com vitórias em Fernando de Noronha. As ondas na terça-feira não estavam entrando próximo ao magnífico Morro Dois Irmãos como é comum, mas mais no meio da praia da paradisíaca Cacimba do Padre. Mesmo assim, rolaram bons tubos para abrir o campeonato de surfe mais tradicional da América Latina.
O experiente Paulo Moura, que competiu no CT até 2006 e é um dos melhores tube-riders do Brasil, abriu a 16.a edição do Hang Loose Pro Contest em Fernando de Noronha, que só começou as 10h20, após a segunda chamada do dia. O pernambucano liderou toda a bateria com os tubos que pegou no início, mas o melhor foi o que surfou no último minuto, que sacramentou a vitória sobre Madson Costa, Gustavo Henrique e o uruguaio Santiago Medeiro.
“Estou muito feliz por ter estreado bem. O Hang Loose é sempre um daqueles campeonatos mais importantes da minha carreira e estar aqui em Noronha, com meus amigos de infância, podendo pegar os tubos que tanto amo aqui na Cacimba, é muito bom.”, disse Paulo Moura. “Apesar das adversidades do começo do campeonato, estou feliz por ter vencido a bateria, porque tem muita onda boa vindo por aí, só acima de 6-8 pés. Acho que tem dia que vai dar 10 pés, então vai ser show e quero seguir avançando para pegar esses dias clássicos”.
Mais dois pernambucanos venceram os confrontos seguintes, Bernardo Pigmeu que integrou a elite mundial do CT até 2007 e o jovem Luan Ferreyra, que usou os aéreos para ganhar a terceira bateria. Na quarta e última do dia, o paranaense Peterson Crisanto, também confirmou o favoritismo e um local de Noronha avançou para a segunda fase junto com ele, Caio Souza, filho de um dos surfistas mais famosos da ilha, Caia Souza.
Diferente de Paulo Moura e Bernardo Pigmeu, Peterson é da geração “Brazilian Storm” que vem dominando o Circuito Mundial desde 2014. O paranaense fez parte da elite até 2021 e não ia participar do Hang Loose Pro Contest apresentado por Elétron Energy, mas conseguiu viabilizar a viagem em cima da hora e teve que competir na primeira fase. Além disso, só chegou em Fernando de Noronha na terça-feira, vindo direto do aeroporto para a praia.
“Graças a Deus, deu tudo certo. Eu nem ia competir nesse evento, tava mal de grana, mas consegui dinheiro na última hora e foi uma correria”, contou Peterson Crisanto. “Acabei chegando aqui em Noronha em cima do campeonato e vim direto do aeroporto pra praia. Só deu tempo de fazer um treininho ali, antes de competir. Estou bem cansado, passei a madrugada no aeroporto, da meia-noite até embarcar as 7h00 da manhã, cheguei aqui as 9h40, vim direto pra bateria, mas valeu a pena. Estou amarradão em estar aqui nesse paraíso, essa semana promete altas ondas e, graças a Deus, deu tudo certo”.
SEGUNDA FASE
A expectativa é de que as ondas já estejam bem maiores na quarta-feira, com as previsões indicando altas ondas passando de 2 metros de altura na Cacimba do Padre. A primeira chamada para iniciar a segunda fase do Hang Loose Pro Contest apresentado por Elétron Energy, foi marcada para as 8h00 em Fernando de Noronha, que tem 1h00 a mais do que o fuso horário de Brasília.
A segunda fase é formada por 16 baterias com quatro competidores e já vai começar com dois ex-tops do CT, o paulista Deivid Silva e o pernambucano Paulo Moura, disputando duas vagas contra o potiguar Alan Jhones e o argentino Tomas Lopez Moreno. Mais um participante que fez parte da elite mundial da World Surf League é Ian Gouveia, que vai estrear na 11.a bateria. Já Wiggolly Dantas perdeu seu voo da Califórnia para o Brasil e cancelou sua participação.
TÍTULO SUL-AMERICANO
Além dele, o líder do ranking, Miguel Tudela, lesionou o joelho treinando no Peru e também não vai competir. O peruano poderia garantir o título sul-americano de 2022/2023 por antecipação em Fernando de Noronha, então agora Ian Gouveia consegue levar a decisão para a última etapa da temporada, que será realizada na próxima semana em Florianópolis (SC). Mas, para isso, precisa vencer o Hang Loose Pro Contest.
Esta etapa de Fernando de Noronha é a última com status máximo QS 5000 e os 5.000 pontos que estarão em jogo nos tubos da Cacimba do Padre, também são decisivos na batalha pelas vagas da WSL Latin America para o Challenger Series de 2023. O ranking regional indica oito surfistas para disputar o circuito classificatório para o CT 2024. Miguel Tudela e Ian Gouveia já estão garantidos e os outros seis vão começar a defender suas vagas na segunda fase.
Os primeiros serão Rafael Teixeira na terceira bateria e Ryan Kainalo na quarta. Na sexta, estreia Weslley Dantas, vice-campeão do último Hang Loose Pro Contest em 2020, pois o evento não aconteceu em 2021 e 2022 por causa da pandemia. Depois, tem Heitor Mueller defendendo sua vaga no G-8 na oitava bateria, o argentino Nacho Gundesen na 12.a e o chileno Guillermo Satt na 16.a e última desta segunda fase.
O Hang Loose Pro Contest apresentado por Elétron Energy em Fernando de Noronha, é uma realização do Instituto Incentiva, com homologação da World Surf League (WSL) Latin America e patrocínios da Hang Loose e Elétron Energy, através da lei de Incentivo ao Esporte do Governo do Estado de Pernambuco, colaboração do site Waves e a competição está sendo transmitida ao vivo pelo site da WSL
BATERIAS DO HANG LOOSE PRO CONTEST QS 5000:
RESULTADOS DA TERÇA-FEIRA NA CACIMBA DO PADRE:
PRIMEIRA FASE — 3.o=65.o lugar (275 pts) e 4.o=69.o lugar (258 pts):
1.a: 1-Paulo Moura (BRA), 2-Madson Costa (BRA), 3-Santiago Medeiro (URU), 4-Gustavo Henrique (BRA)
2.a: 1-Bernardo Pigmeu (BRA), 2-Francisco Junior (BRA), 3-Luan Carvalho (BRA), 4-Pedro Amorim (BRA)
3.a: 1-Luan Ferreyra (BRA), 2-Vinicius Parra (BRA), 3-Ayrton Mikael (BRA), 4-Halley Batista (BRA)
4.a: 1-Peterson Crisanto (BRA), 2-Caio Souza (BRA), 3-Bruno Bussolo (BRA), 4-Brainer Silva (BRA)
PRÓXIMAS BATERIAS EM FERNANDO DE NORONHA:
SEGUNDA FASE — 3.o=33.o lugar (US$ 300 e 450 pts) e 4.o=49.o lugar (US$ 200 e 400 pts):
1.a: Deivid Silva (BRA), Alan Jhones (BRA), Tomas Lopez Moreno (ARG), Paulo Moura (BRA)
2.a: Igor Moraes (BRA), Francisco Bellorin (VEN), Israel Junior (BRA), Samuel Joquinha (BRA)
3.a: Rafael Teixeira (BRA), Gabriel Arturo Vargas (PER), Uriel Sposaro (BRA), Bernardo Pigmeu (BRA)
4.a: Ryan Kainalo (BRA), Douglas Silva (BRA), Mateus Sena (BRA), Adailton Santos (BRA)
5.a: Santiago Muniz (ARG), Franco Radziunas (ARG), Diego Aguiar (BRA), Luan Ferreyra (BRA)
6.a: Weslley Dantas (BRA), Valentin Neves (BRA), Marco Giorgi (URU), Cauet Frazão (BRA)
7.a: Eduardo Motta (BRA), Caio Costa (BRA), Cauã Costa (BRA), Peterson Crisanto (BRA)
8.a Heitor Mueller (BRA), Gabriel Klaussner (BRA), Takeshi Oyama (BRA), José Binz (BRA)
9.a: Lucas Silveira (BRA), Manuel Selman (CHL), Alonso Correa (PER), Madson Costa (BRA)
10: Vitor Ferreira (BRA), Gabriel André (BRA), Kaue Germano (BRA), Kayan Medeiros (BRA)
11: Ian Gouveia (BRA), Eric Bahia (BRA), Sebastian Olarte (URU), Francisco Junior (BRA)
12: Nacho Gundesen (ARG), Leandro Usuna (ARG), Guilherme Carvalho (BRA), Patrick Tamberg (BRA)
13: Matheus Navarro (BRA), Leo Casal (BRA), Pedro Neves (BRA), Vinicius Parra (BRA)
14: Samuel Igo (BRA), Krystian Kymerson (BRA), Cauã Gonçalves (BRA), José Francisco (BRA)
15: Luel Felipe (BRA), Rodrigo Saldanha (BRA), Philippe Neves (BRA), Caio Souza (BRA)
16: Guillermo Satt (CHL), Lucas Vicente (BRA), Luan Hanada (BRA), Ivo Gothardo (BRA)
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE: A World Surf League (WSL) promove as principais competições de surfe no planeta, coroando os campeões mundiais desde 1976, com os melhores surfistas do mundo se apresentando nas melhores ondas do mundo. A WSL é composta por uma divisão de Circuitos e Competições, que supervisiona e opera mais de 180 eventos globais a cada ano; pela WSL WaveCo, que produz as melhores ondas artificiais de alta performance; e pela WSL Studios, com produções independentes de conteúdos e projetos com e sem roteiros.